A empresa Silos e Terminal Graneleiro da Matola, SA (STEMA), localizado na província de Maputo, espera investir cerca de 14 milhões de dólares na reabilitação dos seus equipamentos para aumentar a capacidade de movimentação de cereais.

“Para atingir este objetivo, vamos recorrer aos bancos e aos nossos parceiros”, disse o Presidente do Conselho de Administração do STEMA, Arlindo Chilundo, em conferência de imprensa, concedida na segunda-feira, logo após a visita às instalações da empresa pela Comissão de Plano e Orçamento (CPO), da Assembleia da República.

Chilundo lamentou o endividamento do STEMA aos bancos moçambicanos, mas insistiu que a dívida é sustentável e a empresa está a conseguir pagar. “Neste momento, estamos operando 27 silos”, disse Chilundo. “Eles têm uma capacidade total de 45.000 toneladas, ou 1.700 toneladas por silo”.

Acrescentou que o STEMA ainda tem espaço suficiente para satisfazer a procura de importação de cereais de todas as empresas de moagem do sul de Moçambique. “Temos trabalhado com todos os importadores”, disse. “O STEMA não compra os produtos diretamente. Apenas administra o grão a granel descarregado dos navios, que depois é recolhido pelos compradores”.

Preço do trigo continuará a subir

Ele alertou que o preço do trigo continuará subindo no mercado internacional por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia (entre eles, os dois países costumavam responder por cerca de 40% de todas as exportações de trigo). Um carregamento de trigo chegou na semana passada e dois outros navios devem chegar antes do final de maio.

“A canalização deste trigo para o mercado vai depender da flexibilidade das moageiras em repor os seus stocks o mais rapidamente possível, para que o preço do pão não suba muito”, disse.

O trigo que chega a Moçambique este mês foi colhido antes da invasão russa da Ucrânia, mas Chilundo disse que o preço já está a oscilar uma vez que a procura de trigo está a ultrapassar a oferta.

O impacto total da guerra na Ucrânia não seria sentido até o próximo ano, mas o conflito levou ao encerramento dos portos ucranianos do Mar Negro, pelo que as exportações de trigo da Ucrânia diminuirão, enquanto as sanções internacionais limitarão o quanto a Rússia pode colocar no mercado mundial.

O presidente do Comissão de Plano e Orçamento da Assembleia da República, António Niquice, exortou ao STEMA a modernizar suas instalações para enfrentar os desafios da logística do mercado de grãos e garantir que seu plano de negócios atenda às necessidades regionais.

Devido à sua localização estratégica no porto de Maputo, o STEMA não só serve o mercado moçambicano, como apoia o trânsito de cereais importados por países vizinhos como África do Sul, Zimbabué e Eswatini. (AIM)