A consultora Oxford Economics Africa anunciou hoje que vai rever a previsão de inflação em Moçambique de 7,3% para perto de 9% no conjunto deste ano, devido à subida dos preços dos combustíveis e dos alimentos.
"O fortalecimento da taxa de câmbio, por si só, não será suficiente para compensar o impacto dos recentes aumentos dos combustíveis a nível global e dos bens alimentares nos preços ao consumidor, por isso vamos rever a nossa previsão de inflação média para 2022, de 7,3% para perto de 9%", escreveram os analistas desta consultora.
A inflação homóloga em Moçambique no mês de fevereiro foi de 6,84% anunciou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE) do país, sinalizando um recuo em relação a janeiro.
A inflação homóloga em janeiro tinha sido de 7,8% e desceu 96 pontos base em fevereiro, segundo o novo boletim do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), publicado na semana passada.
Segundo o INE, a inflação em Moçambique está a ser influenciada sobretudo pelos preços de alimentação e bebidas.
Na nota, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que apesar dos impactos globais da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as consequências para Moçambique não deverão ser particularmente relevantes.
"Como Moçambique não tem trocas comerciais significativas com a Rússia ou com a Ucrânia, as receitas das exportações deverão receber um impulso devido aos preços mais elevados do alumínio, do carvão e do gás natural, no seguimento da invasão da Ucrânia pela Rússia", apontam os analistas.
Segundo os especialistas, "o aumento nas receitas do Governo e das empresas por via do aumento do preço das matérias-primas, e o consequente aumento no consumo empresarial e público, deverá compensar o impacto da redução do rendimento disponível das famílias causado pelo aumento do consumo e a subida da inflação".
Os valores do IPC são calculados pelo INE a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula.(Lusa)