Dois meses depois de se terem amotinado defronte do edifício do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, exigindo o pagamento do subsídio de renda, as 260 famílias afectadas pelo deslizamento do lixo, na Lixeira de Hulene, em Fevereiro de 2018, voltaram, esta terça-feira, à edilidade para exigir o que lhes é de direito.
Segundo o Presidente da Comissão das vítimas da tragédia que matou 17 pessoas, António Massingue, há seis meses que a Edilidade não canaliza o valor da renda, que se comprometeu a pagar, enquanto conclui as casas de reassentamento, que estão sendo erguidas no distrito de Marracuene. No total, o Conselho Municipal de Maputo deve 60 mil Meticais a cada uma das 260 famílias que viram as suas casas desabarem, devido ao deslizamento do lixo.
“Primeiro, assinamos os contratos tarde, pois, deviam ter sido assinados em Julho para findarem em Dezembro. Só assinamos há dois meses. Todos nós temos rendas em atraso nas casas, onde vivemos e corremos o risco de despejo porque não estamos a conseguir pagar”, disse Massingue.
Segundo Massingue, mais do que a dívida, o que preocupa as 260 famílias é a falta de comunicação e o facto de o assunto estar a ser tratado de “forma superficial”. “Não nos levam a sério. Somos pouco mais de 250 famílias e, neste último contrato que assinamos com eles, prometeram que até Dezembro próximo irão disponibilizar 105 casas que estão sendo erguidas na zona de Possulane, em Marracuene, o que para nós não passa de uma simples promessa, porque já não acreditamos neles e só decidimos nos retirar daqui porque prometeram dar uma resposta até quinta-feira”, revelou a fonte.
Aquando da última reivindicação, que teve lugar em Setembro último, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo reuniu-se, à porta fechada, com cinco interlocutores do grupo, porém, não foram apresentados os resultados do encontro.
Referir que, como sempre, a Edilidade não interagiu com a comunicação social. Entretanto, voltou a prometer, às vítimas da Lixeira de Hulene, o pagamento dos seus subsídios de renda. (Marta Afonso)