Um dos maiores dissabores dos pais e encarregados de educação no dia (05) do arranque oficial das aulas neste ano lectivo foi a falta de livros da 1ª, 2ª e 3ª classes nas livrarias, e sua abundância nos mercados informais como os da baixa de Maputo. Este cenário deixa transparecer a existência de um negócio que tem como origem a própria fonte de distribuição do livro escolar.
Trabalhadores de livrarias contactadas pela “Carta” confirmaram que desde o início deste ano não estão a receber livros da 1ª classe e que os da 2ª e 3ª classes são-lhes enviados em pequenas quantidades. Segundo as nossas fontes, a grande procura dos livros das 1ª, 2ª e 3ª classes provocou uma rotura de stock. Aventaram a possibilidade de aqueles manuais serem distribuídos nos próximos dias, já que os fornecedores também queixam-se da falta deles.
A reportagem do nosso jornal foi à rua para se inteirar deste fenómeno, e pôde confirmar que, de facto, havia falta dos livros das 1ª, 2ª e 3ª classes nas livrarias. Aparentemente, os mesmos livros não existiam nas bancas do informal, mas os vendedores daquele sector do mercado tinham-nos escondidos nas pastas, o que despertou a nossa atenção. Questionámos alguns dos vendedores informais sobre a razão de esconderem os livros, ao que um deles respondeu: “Se queres comprar os livros fica à vontade, mas sobre a proveniência deles não procure saber. Eu apenas compro a alguém”. Acto contínuo, retirou de uma sacola todos os livros das 1ª, 2ª e 3ª classes!(M.A.)