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terça-feira, 13 julho 2021 10:06

Cabo Delgado: detido jovem acusado pela sogra de pertencer ao Al-Shabaab

Um jovem foi detido por militares, no último fim-de-semana, no bairro Alto Gingone, em Pemba, depois de ter sido acusado, pela sua sogra, de pertencer ao grupo terrorista Al-Shabaab.

 

Trata-se de um refugiado do distrito de Palma, que trabalhou numa das empresas subcontratadas pela Total. Ele faz parte do grupo de trabalhadores que foi evacuado de Palma para Pemba, mas que não retornou à origem, devido ao agravamento da situação de segurança. Entretanto, uma vez que não podia regressar a Palma, o jovem decidiu enviar dinheiro à esposa e sogra, para custear as despesas. Até essa altura, o jovem não tinha contacto com a sua mãe, que, entretanto, fugira devido aos ataques de 24 de Março último.

 

A sua esposa e sogra hospedaram-se em casa de um familiar, onde o jovem viria a juntar-se posteriormente. Entretanto, durante uma das suas passeatas encontrou-se com a sua mãe, com quem passou a viver a partir daí, no bairro Chuiba, até mesmo para “descongestionar” a residência da família onde foi acolhida a sua esposa. Mas, ainda assim, o jovem, naturalmente, continuava a frequentar essa casa, com regularidade. Sucede, porém, que no último sábado, ao fazer a sua visita de rotina à família, ele foi expulso pela sogra, sem qualquer motivo aparente.
Na tentativa de perceber o que se estava a passar, a sua sogra anunciou que ele era um insurgente e que sabia tudo o que se estava a passar na zona de conflito. Foi assim que não demorou a sua captura.

 

Entretanto, ao que tudo indica, a história é outra: consta que existe um outro homem, que se apaixonou pela filha da senhora (neste caso, a esposa do jovem detido), com a qual se pretende casar. O senhor, aparentemente com muitas posses – financeiras e não só – promete acolher a família da jovem e criar mínimas condições de vida na cidade de Pemba.

 

Refira-se que os deslocados em Pemba se têm queixado de abusos cometidos pelas autoridades, os quais são “justificados” com a falta de documentação pessoal, mesmo sabendo-se que muitos perderam tais documentos durante a fuga aos ataques às suas zonas. (Carta)

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