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terça-feira, 12 maio 2020 03:05

Covid-19: Limitação de serviços de HIV/SIDA pode matar 500 mil pessoas em África

A África Subsaariana poderá registar mais cerca de meio milhão de mortes por doenças relacionadas ao HIV/SIDA até 2021, se não haver esforços para mitigar e ultrapassar a interrupção dos serviços de saúde durante a pandemia da Covid-19. Os dados foram avançados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), num estudo conjunto com o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/SIDA, UNAIDS.

 

Em Moçambique, por exemplo, o documento, citado pela ONU News, refere que a redução da cobertura de serviços de HIV/SIDA para mães e filhos provocaria um aumento de novas infecções infantis de até 37%, enquanto no Malawi e Zimbabwe chegaria a 78% e 104% no Uganda.

 

A pesquisa, divulgada esta segunda-feira, apela à acção de comunidades e parceiros para evitar este cenário, pois, em meio ano, as mortes relacionadas ao HIV/SIDA podem ser comparáveis ao total de 2008, quando mais de 950 mil pessoas perderam a vida na África subsaariana.

 

Conforme escreve a ONU News, citando o estudo, as interrupções também têm potencial de aumentar a incidência do HIV em 2021, pelo que o Director-Geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, considera que seria “como recuar na história”.

 

Assim, a proposta do timoneiro da OMS é que sejam garantidas grandes quantidades de pacotes de tratamento e outros artigos essenciais e que os suprimentos globais de testes e terapias continuem fluindo para os países que precisam.

 

Refira-se que mais de 25,7 milhões de pessoas vivem com HIV/SIDA na África Subsaariana, sendo que 64% delas recebiam tratamento antirretroviral em 2018, havendo receio de que estes pacientes estejam a correr risco, devido à interrupção do tratamento, devido às limitações introduzidas nos serviços de saúde.

 

Segundo a ONU News, a pesquisa reuniu cinco equipas que usaram diferentes modelos matemáticos para analisar os efeitos de possíveis interrupções nos serviços de teste, prevenção e tratamento do HIV/SIDA causados pela Covid-19. Em análise estiveram o potencial impacto de interrupções do tratamento em três ou seis meses na mortalidade e na incidência de HIV/SIDA na África Subsaariana. (Carta)

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