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quarta-feira, 15 abril 2020 08:31

Salários poderão continuar "magros" na Função Pública até próximo ano

Os salários mínimos na Função Pública moçambicana poderão não ser revistos este ano e, por consequência, continuarem “magros” até 2021, devido ao impacto da Covid-19. A possibilidade do não reajuste salarial este ano foi avançada, esta segunda-feira (13), pela Ministra da Administração e Função Pública, Ana Comoana, à saída do Parlamento, onde foi ouvida acerca do Plano Económico e Social para 2020.

 

“Os incrementos salariais nunca são aleatórios. Tomam como base o desempenho económico do país. Se o desempenho económico não justificar, um determinado aumento salarial, por muito boa vontade que exista, poderá não ocorrer, ou se houver, não ser naquela proporção em que se está a pensar”, afirmou Comoana.

 

Ainda assim, a Ministra da Administração e Função Pública garantiu a jornalistas que o Governo está a estudar o incremento ou não de salários de trabalhadores da Função Pública. Todas essas duas possibilidades “serão objecto de análise, de estudo, mas fica claro que qualquer esforço não terá nada a ver com aquilo que aconteceu, por causa deste fenómeno”, afirmou, mesmo sem precisar a data do fim do estudo, enquanto faltam 16 dias para o primeiro de Maio, efeméride que geralmente se celebra após o reajuste salarial.

 

Embora o reajuste esteja em dúvida, o Ministro da Economia e Finanças garantiu, na semana passada, também em audição parlamentar, que os salários não iriam faltar na Função Pública. Por efeitos da Covid-19, algumas empresas do sector privado mostram-se sem recursos para assalariar os trabalhadores, para além de algumas estarem a despedir ou suspender contratos com os funcionários.

 

Diante dos efeitos provocados pela doença, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) propõe, de entre várias medidas, que o Governo, através do Instituto Nacional de segurança Social (INSS), pague os salários dos trabalhadores num período de seis meses. Com esta proposta, a classe empregadora privada quer assegurar os empregos de milhares de moçambicanos que poderão ver-se sem o seu ganha-pão. Embora a proposta seja lógica, o Governo diz que o INSS não paga salários, senão subsídios, por exemplo, de doença comprovada por autoridades sanitárias (Evaristo Chilingue)

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