À margem da cerimónia de investidura do Presidente da República Filipe Nyusi, a activista e membro sénior do partido Frelimo, Graça Machel, defendeu que “para além de trazer grandes expectativas, o novo ciclo de governação terá também de enfrentar grandes desafios, entre as quais as calamidades naturais, a paz e a segurança”.
Para Graça Machel: “o maior desafio é aquilo que é trazido pelas calamidades naturais: nós temos neste momento as zonas centro e norte com cheias, com quebras de estradas, de pontes e energia. E portanto, a reconstrução disso tudo vai desviar os recursos que nós devíamos usar para andar para frente. Teremos de repor aquilo que está a ser destruído pelas calamidades naturais” considerou.
E disse mais: “o impacto disso nas pessoas é muito grande, especialmente no que respeita à produção de alimentos, que é a condição básica para a sobrevivência. Vai ser um grande desafio. Na zona sul temos uma seca devastadora, portanto, o país vai para esta segunda governação com desafios de sobrevivência – este é o primeiro ponto que me preocupa”.
Relativamente ao controlo da situação da guerra no norte do país, a activista mostrou certo cepticismo, referindo: “O segundo desafio é a questão da paz e da segurança: não estamos claros que a situação da guerra que nos é imposta na zona norte do país esteja sob controlo. Nós, sim, trabalhamos pela paz, mas aparentemente temos desafios grandes para conseguir a estabilidade, harmonia e paz social, em particular na zona norte do país”.
Graça Machel entende ainda: “as grandes expectativas são de que nós agora temos grandes investimentos que estão a acontecer e vão ter impacto a partir de 2021, 22 ou 23, mas, neste momento, a prioridade são os desafios que mencionei acima”.
Questionada a respeito da instabilidade no centro do país, Graça Machel exortou os órgãos de comunicação social presentes a remeterem a questão aos dirigentes da Renamo. (O.O)