O Governador da província de Cabo Delgado, Júlio Parruque, disse, esta quinta-feira, em Maputo, durante a sexta Cimeira e Exposição do Gás de Moçambique, que após a Decisão Final de Investimento (FID, sigla em Inglês), em Junho passado, anunciada pelo Consórcio da Área 1, em instalação na Bacia do Rovuma, a população local “ficou com muito sorriso na cara”, por causa do impacto sócio-económico esperado do projecto Golfinho Atum.
Porém, segundo o governante, que falava na Cimeira, durante o primeiro painel sobre como será Moçambique após o FID, o desafio que preocupa os habitantes locais e também todo o país é a insegurança e intranquilidade, que se arrastam desde 2017, tendo já ceifado a vida de mais de duas centenas de cidadãos.
Em face do fenómeno, o Governador disse que a maior prioridade naquele território é trabalhar nas questões de segurança, para que nada adie o sonho da província de participar na revolução económica de Moçambique.
“A segurança e tranquilidade estão nas prioridades, por isso a tolerância é zero em questões desviantes para a nossa segurança em Cabo Delgado”, sublinhou, depois de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter dito que o país não pode continuar desatento, albergando um mal que mina o desenvolvimento da nação.
“Não poderemos continuar distraídos, acomodando conflitos que dificultam o futuro e crescimento de uma nação que pode rapidamente ser próspera. Cada moçambicano é chamado a ter essa responsabilidade individual e colectiva, pois é desta responsabilidade que o país pode, de facto, evoluir”, afirmou Nyusi.
No âmbito do tema do painel, Parruque destacou noutro desenvolvimento, em Cabo Delgado, a melhoria do ambiente de negócios, com a criação de mais Balcões de Atendimento Único (BAÚ´s), acções que levaram a província a posicionar-se no ranking nacional de Doing Business, no quesito de abertura de empresas, conforme o relatório sub-nacional do Banco Mundial publicado este ano.
“Para efeitos de capacitação, em Cabo Delgado contamos hoje com um Instituto vocacional com certificação internacional. Inclusive, há empresas de Maputo, Nampula que mandam os seus trabalhadores para se capacitarem na cidade de Pemba. Em Palma estão a trabalhar neste momento 2300 moçambicanos locais, num total de 5000 trabalhadores nos projectos de exploração de gás natural”, destacou Parruque.
Em Cabo Delgado, espera-se nos próximos anos, segundo o gestor, a criação de uma agência de desenvolvimento que possa captar e fazer a distribuição das várias receitas provenientes da exploração dos recursos naturais.
“Também iremos apostar nas zonas ou parques industriais. O Governo reservou uma área de mais de 18 mil hectares na península de Afungi em Palma, para dar estrutura ao plano de urbanização do distrito. Temos recebido muita solicitação de terra para os empreiteiros e fornecedores que se querem estabelecer em Palma”, acrescentou Parruque. (Evaristo Chilingue)