Na missiva a que tivemos acesso, a Direcção do Porto escreve que “se trata do pessoal recrutado por uma empresa de revenda de viaturas para o processo de retirada das mesmas do terminal para fora do Porto”. Mesmo sem referir o nome da empresa, a Direcção do Porto adianta que estão a ser tomadas medidas para reforçar a segurança, tais como a alteração do procedimento do levantamento das viaturas pelas empresas importadoras.
Indo mais, o Porto de Maputo diz que foi desencadeado um processo de investigação interna para avaliar todas as possíveis falhas de segurança. Assim como, se o esquema não envolvia outras pessoas, para além dos cinco implicados, uma vez que para a saída existiam certos procedimentos, disse uma fonte contactada pela “Carta”.
No entanto, a DP World Maputo actua naquele local desde 2008, tendo feito uma joint venture com as empresas P&O Ports e os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) em 2006, conforme pode se ler no seu website. A mesma irá explorar o Porto de Maputo até 2043, conforme consta no contrato de concessão.
A empresa gestora do terminal de contentores foi certificada em Fevereiro de 2011, como uma das que segue padrões de segurança internacionais, passando a possuir a patente ISO28000. Também, em 2015, foi considerado o terminal que mais melhorou a sua produtividade a nível de África, segundo um artigo do “Journal of Commerce”.
No entanto, o vídeo posto a circular nas redes sociais levantou vários debates a nível da opinião pública nacional, havendo algumas correntes que questionam quanto o esquema terá lucrado e quanto tempo o mesmo perdurou, e quantos para além dos cinco estão envolvidos, assim como quantos utentes terão sido prejudicados. “Carta” procurou as respostas destas questões à instituição, na tarde de ontem, mas sem sucesso. (Carta)