Em respeito ao luto em que Moçambique e África do Sul se encontram e em protesto contra a falta de acções concretas por parte do governo sul-africano, a Justiça Ambiental, uma Organização Não-Governamental, cancelou sua participação em duas conferências na Cidade turística do Cabo, que vão discutir “Como Financiar o Futuro” e “Financiamento da China no Carvão e Combustíveis Fosseis”, agendadas para esta semana.
Segundo o comunicado publicado esta quarta-feira (11 de Setembro), no Jornal “O País”, a Justiça Ambiental afirma ter sido difícil tomar esta decisão, principalmente, perante dois eventos de tamanha importância, porém, defende que, por se tratar de uma organização que defende os direitos humanos, é contra qualquer discriminação e violência.
A organização explica que esperava que, a esta altura, o governo sul-africano tivesse tomado as medidas necessárias e reais para acabar com este tipo de violência, o que até aqui não aconteceu.
“Até ao momento, o governo sul-africano ainda não se pronunciou publicamente sobre esta situação. Esta apatia com o sofrimento do povo já há muito que nos consterna. Por outro lado, chega-nos informação de que o Ministério dos Negócios Estrageiros e Cooperação (MINEC), em parceria com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), está a realizar trabalhos de identificação e repatriamento de moçambicanos afectados por estes criminosos”.
Nesta senda, a Directora da Justiça Ambiental, Anabela Lemos, citada no comunicado, apela a todos os africanos para que não respondam à violência com mais violência. “Devemos responder com paz e diálogo e só assim poderemos parar com esta violência.
Lemos exorta também o governo sul-africano para que tome medidas sérias e necessárias para resolver esta situação e travar esta onda de violência com maior urgência, assim como resolver a grave situação de desigualdade, desemprego e pobreza que se verifica na África do Sul. (Marta Afonso)