A pouca afluência das mulheres nas consultas pré-natais dificulta o diagnóstico prévio do HIV/SIDA nas crianças que nascem de mães seropositivas. A informação foi avançada pela Ministra da Saúde, Nazira Abdula, durante a abertura, esta terça-feira, do Seminário de Apresentação dos Resultados do Programa de Diagnóstico Precoce Infantil no Ponto de Atendimento, no âmbito da campanha “Livre para Brilhar”.
Entretanto, de acordo com a ministra, o Projecto de Diagnóstico Precoce Infantil (POC), recentemente lançado, tornou os resultados da testagem piloto realizada de Janeiro de 2017 a Setembro de 2018 satisfatórios.
Segundo a ministra, a campanha “Livre para Brilhar” enquadra-se na iniciativa das primeiras-damas de África e da União Africana e visa acabar com o HIV/SIDA pediátrico. Pretende-se, ainda, com a iniciativa, galvanizar os esforços de pessoas e organizações ao nível nacional e apoiar a compreensão individual e colectiva das acções que podem ser tomadas para impulsionar a provisão e o uso efectivo dos serviços de saúde e para acabar com o Sida na infância até 2020.
Assim sendo, com este projecto, foram instaladas 62 máquinas de diagnóstico precoce infantil no ponto de atendimento em igual número de unidades sanitárias, em cinco províncias do país (Maputo província e Cidade, Gaza, Nampula e Cabo Delgado) e a grande vantagem destes equipamentos é que o resultado é dado no mesmo dia em menos de uma hora, após a colheita do sangue da criança, permitindo que caso esta seja positiva inicie o tratamento antirretroviral o mais cedo possível.
Durante a implementação do projecto, através destes equipamentos, foram testadas 27.256 crianças, das quais 99.7 por cento receberam o resultado no mesmo dia e 1.776 foram diagnosticadas HIV/Sida Positivo. Assim, destaca a governante, deste número, 1.724 iniciaram o tratamento antirretroviral, tendo 1.609 delas iniciado no mesmo dia do diagnóstico.
O projecto é liderado pelo Gabinete da primeira-dama, Isaura Nyusi, e no âmbito da campanha “Livre para Brilhar” tem estado a desenvolver várias actividades, dentre as quais a sensibilização a mulheres grávidas, mães latentes para aderirem aos serviços de saúde materno-infantil, trabalho com as comunidades locais, líderes comunitários e religiosos para apoiarem as mulheres grávidas para o uso dos serviços disponíveis nas unidades sanitárias, com o objectivo de até 2030 o HIV/SIDA deixar de ser um problema de saúde pública no país e acabar com o HIV em crianças.
Apesar do sucesso, a governante diz que o maior desafio do projecto é garantir que toda a criança moçambicana nascida de mãe HIV/SIDA positiva tenha o acesso ao diagnóstico precoce e se for positiva inicie de imediato o tratamento. (Marta Afonso)