O nosso país é um dos piores do mundo, na adesão aos métodos contraceptivos, com uma taxa de prevalência contraceptiva de 25.3 por cento, segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde. Este facto é apontado como a principal causa da elevada fecundidade, de acordo com o Manual sobre Planeamento Familiar e Políticas de Saúde Sexual e Reprodutiva em Moçambique, lançado esta terça-feira, em Maputo. O documento tem como objectivo redefinir as políticas e estratégias mais apropriadas para o desenvolvimento do sector do planeamento familiar no país.
Numa iniciativa do Centro de Pesquisa em População e Saúde (CEPSA), em parceria com o Centro Internacional para Saúde Reprodutiva Moçambique (ICRM-M), o livro aborda questões sobre a dinâmica da saúde sexual reprodutiva em Moçambique, com especial enfoque para o baixo uso de contraceptivos e acesso aos serviços de planeamento familiar.
Segundo Boaventura Cau, pesquisador do CEPSA, o livro procura trazer evidências à volta da implementação das políticas de saúde sexual e reprodutiva, constrangimentos que lideram o acesso aos serviços de planeamento familiar e avança algumas possíveis saídas, de modo a melhorar o acesso universal a estes serviços. Um dos principais desafios apontados no livro é o envolvimento dos homens nas políticas do planeamento familiar.
“São feitos muitos estudos, no país, e que não são revelados, entretanto, este livro mostra as falhas e o impacto das políticas do planeamento familiar, de modo a aumentar a cobertura da contracepção, em Moçambique”, explicou Sally Griffin, Directora do ICRM-M.
Com um total de 11 capítulos e mais de 200 páginas, a obra é também caracterizada por uma perspectiva multidisciplinar, reunindo contribuições de investigadores ligados a áreas, tais como: Saúde Pública, Linguística, Medicina, Demografia, Geografia, Sociologia e Antropologia. (Marta Afonso)