Um casal de jovens está desde o dia 25 de Agosto, nas celas do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em Nampula, acusado de tentativa de venda dos seus próprios dois filhos e de outro menor supostamente raptado no distrito de Rapale. Trata-se de mais um crime de tráfico humano, abortado graças à intervenção das autoridades, após uma denúncia popular.
Segundo a porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Enina Tsinine, as três crianças estariam à venda no valor de 3 milhões de meticais. "Estamos aqui perante dois casos criminais, sendo que o primeiro é de sequestro que combina com tráfico de seres humanos. Recebemos informação a partir do dia 20 no bairro de Natikir de existência de um grupo que se dedicava ao sequestro e venda dos seres humanos em referência aos menores. Numa das investigações que nós fizemos foi possível identificar uma das indiciadas", disse.
Tsinine acrescentou que as autoridades têm conhecimento de que, do grupo das três crianças, uma criança foi sequestrada no posto administrativo de Chalaua, distrito de Moma, onde o casal residia.
Por sua vez, a indiciada confessa o seu envolvimento e justificou que foi induzida pelo seu esposo para acabarem a pobreza do casal. "Meu marido chegou à casa e disse para mim: minha mulher a gente está a sofrer demais, podemos procurar um patrão para vendermos as crianças".
Explicou que, para materializar o sequestro, a criança foi aliciada com oferta de um pão. "Encontramos uma criança e oferecemos pão. Depois levamos para cidade. Ela dormia na minha casa, mas depois resolvemos ir deixá-la na casa do meu irmão", confessou.
O marido também assume o crime, explicando que tudo foi devido à situação de pobreza da família. "Estou detido por estar a vender crianças, eu sentei com a minha mulher e me deu essa proposta e ficamos presos por conta disso". (Carta)