Pelo menos cinco pessoas perderam a vida em mais uma incursão terrorista no posto administrativo de Chiúre-Velho, distrito de Chiúre, a sul da província de Cabo Delgado. Os ataques aconteceram em zonas onde não havia presença das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
À "Carta", fontes contaram que os ataques se registaram entre sexta-feira e sábado nas aldeias Nguira e Magaia. Na aldeia Nguira, os "Mababus" causaram um morto e queimaram mais de duas dezenas de casas da população. Já na aldeia Magaia, os “alshababs” decapitaram quatro cidadãos, dois dos quais comerciantes locais.
"Um dos decapitados é um comerciante, chamado Branco e o outro chamava-se Cebola. Os dois eram nomes sonantes e grandes empresários naquela aldeia", contou Herculano Mário.
Por causa da situação, várias famílias foram obrigadas a deslocar-se para a vila de Chiúre, muitas das quais a pé, devido à falta de meios de transporte na zona e à especulação do preço pelos operadores de táxi-mota. De repente, os valores cobrados subiram de 100 meticais para 300 por cada passageiro.
"As pessoas continuam a abandonar as aldeias circunvizinhas, incluindo Chiúre-Velho para a vila, porque os bandidos circulam de qualquer maneira", explicou outro residente. Refira-se que os meios de propaganda do Estado Islâmico reivindicaram a morte de quatro cristãos na aldeia Magaia.
Entretanto, na sua missa celebrada este domingo, o Papa Francisco condenou a prevalência da violência armada na província de Cabo Delgado, em particular o ataque à missão católica de Mazeze, distrito de Chiúre. (Carta)