A vítima foi uma criança, de sete anos de idade, mordida por um cão de raça Pitbull, no dia 25 de Setembro último, no bairro Tchumene, na província de Maputo, tendo resultado em ferimentos graves. Desde essa data, a família da menor reclama de falta de apoio da proprietária do cão.
Segundo a tia da menor, Elsa Nhaombe, desde que a criança esteve internada, a proprietária aproximou-se ao hospital uma vez e nem se importou em ver a vítima. Apenas procurou saber como estava e não levou mais de cinco minutos no hospital, e nem acedeu ao pedido para compra de fraldas para a menor porque não estava em condições de se levantar, alegando que não tinha condições para tal.
Entretanto, na última segunda-feira, a criança teve alta e só depois de muita insistência é que foi ao hospital para levar a mãe e menor para casa.
“Tudo o que ela faz pela criança é por nossa insistência. Parece que ela nos está a fazer um favor. Ela sempre reclama e diz que não tem dinheiro e não tem tempo. Eu acabei dizendo a minha irmã (mãe da menor) para falar com ela e não implorar mais para nos ajudar”.
Devido ao comportamento da proprietária do cão, a mãe decidiu ir à Procuradoria-Geral da República submeter queixa-crime.
“Ela se recusa a prestar qualquer ajuda, desde medicação, transporte para hospital, entre outro tipo de apoio. A criança recebeu uma receita de tetraciclina para passar a aplicar sobre as áreas afectadas, mas a proprietária comprou um tubo de 35g que corresponde a 1 por cento e que é usada com frequência para problemas de vista, ao invés de um tubo de 3 por cento recomendado para feridas”, disse Nhaombe.
Segundo a nossa fonte, todo o corpo da criança está coberto de feridas e os médicos aconselharam que depois do banho deve aplicar tetraciclina, mas o tubo que ela comprou só serviu para aplicar por um dia e em algumas partes das feridas e outras não.
“Ficamos a saber que em viva voz a proprietária disse para os vizinhos que vai comprar mais cinco cães iguais aquele que mataram. E a polícia está a intimidar os vizinhos para não contarem à mídia o que está a acontecer”.
Nhaombe referiu ainda que a família não está preocupada com o dinheiro, mas ″o que queremos é a solidariedade, aproximação e preocupação para com a criança. Ela pode até ter condições, mas se ela não mostra afecto, isso nos deixa mal. Neste momento, a criança está a perder aulas, ela está com todo o corpo cheio de ferimentos, tem dificuldades até para sentar, mas ela sempre diz que não tem tempo””, explicou Nhaombe. (M.A)