Enquanto o Governo e a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) brincam às negociações, os transportadores sem-colectivos começam a revindicar claramente a entrada em vigor de novas tarifas de transporte de passageiros.
Nesta segunda-feira, centenas de transportadores semi-colectivos que operam nas cidades da Beira e Tete, províncias de Sofala e Tete, respectivamente, paralisaram as suas actividades, exigindo a entrada em vigor de novas tarifas.
Na Beira, segundo a STV, os transportadores exigem o aumento de 5,00 Meticais em cada 10 Km, contra a proposta da edilidade, que é de 2,50 Meticais pelo mesmo percurso. De acordo com aquela estação televisiva, a paralisação do transporte provocou um caos na segunda maior cidade moçambicana e, por conta disso, as paragens estiveram abarrotadas de passageiros. Alguns citados acabaram optando por percorrer a pé os percursos que, habitualmente, fazem de carro.
Segundo o presidente da Associação dos Transportadores da Beira, Américo Mussicuane, citado pela STV, a cidade da Beira não actualiza suas tarifas de transporte de passageiros desde 2018, apesar das constantes subidas dos preços dos combustíveis. “Em Fevereiro deste ano, submetemos a nossa proposta de aumento de tarifas, facto que não acontece desde 2018. Não houve, no nosso entender, uma preocupação da edilidade em estudar a proposta e enviá-la à assembleia municipal. Depois da pressão através dos órgãos de comunicação social, convocaram-nos para apresentarem uma contraproposta de apenas 2,50 Meticais em cada 10 quilómetros, contra os nossos 5,00 Meticais. Esta contraproposta apareceu depois de dois aumentos de combustíveis. É absurdo e insustentável para a nossa actividade, por isso decidimos paralisar o transporte de passageiros até que as tarifas sejam aprovadas”, afirmou.
Já na cidade de Tete, segundo o jornal Notícias, os “chapeiros” reivindicam o aumento de 15,00 Meticais para 20,00 Meticais, nos transportes que saem da cidade de Tete para o Bairro Azul e Chingodzi, e de 40,00 Meticais para 50,00 Meticais, para a rota Tete-Moatize. Durante a paralisação das actividades, conta o “Notícias”, um “chapa” foi vandalizado por não aderir à manifestação.
Tal como na cidade da Beira, na Cidade de Tete, o pedido de aumento da tarifa foi formulado em Novembro de 2021 (dias depois do aumento do preço dos combustíveis), mas não teve resposta até hoje. Ou seja, os transportadores em Tete estão a enfrentar a terceira subida dos preços dos combustíveis, desde Outubro de 2021, sem ter agravado a tarifa de transporte.
Refira-se que desde o anúncio dos novos preços dos combustíveis, os transportadores semi-colectivos têm pressionado o Governo no sentido de aprovar as novas tarifas de transporte de passageiros, mas sem sucesso. Aliás, desde semana finda que a FEMATRO e o Governo se têm reunido, mas sem apresentar resultados concretos.
Lembre-se que desde o passado dia 24 de Maio, a gasolina custa 83,30 Meticais por litro, o gasóleo passou a ser vendido a 78,48 Meticais e o gás doméstico a 85,53 por quilo. A subida aconteceu dois meses depois do último agravamento. (Carta)