Os websites das instituições do Governo moçambicano (gov.mz) estão novamente operacionais, depois de terem sofrido um ataque cibernético na manhã de ontem, protagonizado por piratas informáticos ligados a um grupo terrorista do Iémen.
O ataque foi confirmado pelo Director do Instituto Nacional do Governo Electrónico (INAGE), Ermínio Jasse, em conferência de imprensa concedida na tarde desta segunda-feira, mas disse ainda ser prematuro avançar sobre a origem dos piratas. Jasse assegurou aos jornalistas que, após o ataque, o Governo constituiu uma equipa de técnicos informáticos, que tratou de recuperar a página com segurança.
Segundo a fonte, os hackers atacaram apenas um servidor, dos mais de 200 existentes. “O ataque não se verificou em todos os sites do Governo, mas sim numa parte. Existem mais de 200 servidores em serviço e foi atacado apenas um e nós (…), como medida de segurança, desligamos na altura o servidor que ficou offline, o que criou alguma preocupação por parte de alguns cidadãos, que tentaram aceder aos sites e não estavam acessíveis”, explicou Jasse, assegurando que nenhum dado pessoal foi roubado dos servidores.
Segundo Jasse, não houve necessidade de o país pagar pelo resgate da página e das informações, como acontece em outros casos de ataques cibernéticos, mas revelou que o Governo recebeu chamadas de pessoas, fazendo propostas de pagamento para a recuperação da informação.
“O ataque que ocorreu é daqueles que, quando bem-sucedido, entra na plataforma e modifica aquilo que é o conteúdo da plataforma e coloca uma imagem ou informação que vai culminar, se possível, com o resgate que consiste em pagar aquele atacante e recuperar a informação”, mas não foi o caso.
Até ao momento, são desconhecidos os danos causados pelo ataque. “Quanto aos danos, houve trabalho técnico e houve algum pânico que alarmou o país e por ser um dos poucos casos a acontecer, obrigou as autoridades a agirem rápido. Ainda não sabemos quem são e onde estão, só depois dos trabalhos técnicos iremos encontrar as respostas”, disse a fonte.
Refira-se que entre os websites atacados, estão os do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Riscos de Desastre (INGD), da Administração Nacional de Estradas (ANE) e do Instituto Nacional de Transportes Rodoviários (INATRO). (Marta Afonso)