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Depois do Zimbabwe ter destacado cerca de 300 homens no âmbito da missão militar da SADC (SAMIM), para treinar soldados moçambicanos, e de ter prometido apoio em géneros alimentícios na recente cimeira da SADC, para os cerca de um milhão de deslocados em Cabo Delgado devido aos ataques terroristas, agora Moçambique manifesta interesse na especialização dos seus profissionais de saúde naquele país.
A posição do Zimbabwe como líder na prestação de cuidados de saúde na região levou o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, a expressar este interesse, na sua visita a Harare. "Podemos cooperar na formação dos profissionais de saúde, sobretudo na formação de especialistas que já vinha ocorrendo no início dos anos 80 e 90", disse o ministro Tiago, acrescentando: "Alguns ortopedistas em Moçambique foram formados no Zimbabwe. Queremos voltar a fortalecer esse tipo de relacionamento, mas também queremos ver a possibilidade de adquirir equipamento de protecção individual no Zimbabwe. Devido ao impacto da Covid-19, Zimbabwe conseguiu produzi-los localmente", referiu.
Tiago foi recebido pelo vice-presidente do Zimbabwe Constantin Chiwenga, num encontro onde abordaram várias questões. "Tivemos uma reunião para debater muitos assuntos, com prioridade para a necessidade de tanto Moçambique como o Zimbabwe reforçarem a colaboração no sector da saúde, uma vez que sou ministro do sector. No sector da saúde, também estamos procurando oportunidades no Zimbabwe para ver a melhor forma de colaboração entre os dois países, desde a doação de oxigénio que o Zimbabwe vai doar a Moçambique. Também vamos ver a possibilidade de Moçambique adquirir medicamentos e outros bens", concluiu o governante moçambicano.
Turismo de Saúde
Em Nyamapanda, alguns moçambicanos atravessam a fronteira para obter assistência médica em instituições locais. Isso se encaixa com a visão do turismo médico, pelo qual as pessoas visitam o Zimbabwe ou procuram especialistas do Zimbabwe para atendimento médico. O sistema de saúde do Zimbabwe ganhou muitos aplausos internacionais, especialmente a sua resposta à pandemia da Covid-19.
Moçambique também se saiu muito bem na campanha de vacinação contra a Covid-19, com cerca de 67 por cento da população-alvo vacinada. O governo zimbabueano está reformulando os sistemas e instalações de saúde para o status de atracção turística regional e continental, um movimento que se encaixa com a visão de 2030 de uma economia de renda média/alta.
No passado, os zimbabueanos costumavam migrar para destinos internacionais em busca de cuidados de saúde de qualidade, mas o Governo praticamente parou o movimento ao melhorar o sector de saúde local, tanto em termos de recursos, como no que toca à manutenç/ão adequada de equipamentos e instalações e melhorias no quadro de funcionários.(FI)
