A entrada em funcionamento das quatro praças de portagem instaladas ao longo da Estrada Circular de Maputo continua na ordem do dia, por um lado, devido às taxas definidas para cada classe de veículos (consideradas muito elevadas) e, por outro, devido ao argumento apresentado pelo Governo e pela empresa concessionária: as portagens visam a manutenção da estrada.
Entretanto, não é o que acontece na via que dá acesso à ponte sobre o rio Incomati (conhecida como Ponte de Macaneta), no distrito de Marracuene, província de Maputo, que se encontra degradada, embora os utentes paguem pelo uso da via.
Sob gestão da Rede Viária de Moçambique (REVIMO) desde 2019, a Ponte de Macaneta é das infra-estruturas que muito cedo “produziu” dinheiro para a REVIMO. Tal como a Ponte Maputo-KaTembe e as estradas de ligação, a Ponte de Macaneta (também construída com a dívida contraída no Exim Bank da China) mereceu a instalação de uma portagem logo à sua abertura (foi inaugurada em 2016). Para sair da vila de Marracuene até à Localidade de Macaneta, os utentes devem pagar entre 50 a 900 Meticais.
Porém, sair da vila de Marracuene até à Ponte de Macaneta tornou-se um martírio, com os buracos a tomarem conta da via em toda a sua extensão. Nos dias de chuva, a situação piora, pois, os buracos tornam-se reservatórios de água, o que dificulta a transitabilidade, assim como acelera a danificação das viaturas.
Obras da estrada Marracuene-Macaneta atrasadas
Para além da falta de manutenção da via que dá acesso à Ponte de Macaneta, os residentes daquela localidade turística da província de Maputo clamam pela conclusão das obras de pavimentação da estrada.
Lembre-se que a primeira pedra para a pavimentação daquela via, com uma extensão de 12 Km, foi lançada em Abril de 2021 pelo Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, e o empreiteiro deve entregar a obra em Abril deste ano. A REVIMO investiu 291.1 milhões de Meticais para execução da obra.
No entanto, no terreno, a realidade mostra que a estrada não será entregue nos prazos acordados. Neste momento, ainda decorrem trabalhos de compactação dos solos e elevação da plataforma. Aliás, ainda há aproximadamente 2 Km de estrada ainda por serem compactados.
“Carta” solicitou uma entrevista com o PCA da REVIMO para abordar as razões da falta de manutenção da via que dá acesso à Ponte de Macaneta, as razões para o atraso das obras de pavimentação da estrada que liga a vila de Marracuene à Localidade de Macaneta, entre outros assuntos. Porém, até ao fecho desta reportagem não tinha qualquer resposta. O pedido foi submetido na passada segunda-feira. (A. Maolela)