O antigo PCE da LAM, António Pinto, perdeu a vida hoje em Maputo, na sua residência. Ele padecia de diabetes. Pinto encontrava-se em liberdade provisória depois de ter sido condenado em Março de 2020 a 14 anos de prisão por alegada corrupção. Ele recorrera da sua condenação. Nas últimas semanas, acamado, Pinto interagia com “Carta”.

Em dezembro, foi ele quem nos alertou em primeira mão para a expulsão de dois juízes pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial. “Carta” percebeu logo que Pinto nutria um rancor feroz contra o juiz. Porquê? Pinto não estava em condições de falar. Sua doença piorava. Mas de fontes próximas, Carta apurou que Pinto terá pago mais de 1 milhão de Meticais para que Rui Dauane lhe concedesse liberdade provisória. António Pinto fora detido em Outubro de 2019, juntamente com Hélder Fumo e Mia Temporário. Meses depois, os três foram soltos por Dauane, para aguardarem julgamento em liberdade.

Consta que durante os meses em que os três aguardavam pelo julgamento, o juiz Rui Dauane encetou uma cobrança desenfreada de dinheiro. Pura chantagem. Quem não pagasse, seria condenado. Mas ninguém pagou. E o juiz vingou-se: aplicou penas severas entre os 12 e os 14 anos de prisão. Todos recorreram, continuando em liberdade. António Pinto sucumbiu hoje. O juiz foi entretanto expulso da magistratura, mas continua a desfrutar de uma reforma do Estado e não é garantido que vai ser processado criminalmente. (MM)