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segunda-feira, 10 janeiro 2022 07:31

Moçambique fecha 2021 com cerca de 2 biliões de USD de dívida a instituições da Bretton Woods

As instituições da Bretton Woods, designadamente, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial reportam nos seus sites que Moçambique fechou 2021 com uma dívida (que não inclui juros) de cerca de 2 biliões de USD.  

 

O Banco Mundial é a instituição financeira que mais emprestou em 2021. Os empréstimos concedidos pela instituição atingiram níveis históricos em comparação aos quatro anos anteriores. 

 

Dados disponíveis no site da instituição em Moçambique indicam que, em 2021, o Banco Mundial emprestou 1.138 bilião de USD, contra 527 milhões de USD emprestados em 2020, enquanto em 2019 disponibilizou 560 milhões de USD. Recorde-se, em 2018, foram desbloqueados 525 milhões de USD.

 

Já as “compras e empréstimos pendentes de Moçambique ao FMI até 30 de Novembro de 2021” aproximavam-se aos 500 milhões de USD. A soma das dívidas das duas instituições atinge 1.6 bilião de USD. O FMI não exibe dados comparativos referentes aos anos anteriores. Quer o FMI, quer Banco Mundial não exibem informações sobre os juros que Moçambique deve pagar com esses empréstimos. 

 

Até Junho de 2021, o stock total da dívida de Moçambique (interna e externa) situava-se em 13.3 biliões de USD, o equivalente a 87,11% do Produto Interno Bruto (PIB). As perspectivas do FMI, referentes ao passado mês de Abril, indicam que até ao fim de 2021 o país estaria sobre-endividado, com empréstimos a atingirem os 125,3% e Moçambique seria o mais endividado na África Austral.

 

Ainda não há dados actualizados sobre esta matéria, mas o facto é que o Governo tem envidado esforços para liquidar a dívida com as instituições credoras. Dados de Junho de 2021, publicados num relatório do Banco de Moçambique sobre a estabilidade financeira, indicavam que “o rácio da dívida pública/PIB passou de 97,48%, em Dezembro de 2020, para 87,11%, no fim do I Semestre do ano passado, reflectindo o efeito da queda da dívida total (11%) resultante da redução da componente externa (16%)”. (Evaristo Chilingue)

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