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terça-feira, 05 outubro 2021 04:52

Praia do Tofo nos “Pandora Papers” pela mão do político português Morais Sarmento

O Tofo com sua praia em Inhambane é um destino turístico mundialmente conhecido, por suas águas reluzentes e magníficos recifes de corais. Mais as suas praias adjacentes. Depois do fim da guerra, já lá vão quase 30 anos, o pequeno vilarejo cresceu rapidamente com o turismo, avidamente consumido por naturais e estrangeiros.

 

E o nicho do mergulho ganhou fama mundial e foi por aqui que Nuno Morais Sarmento entrou. Não era segredo que o político do PSD português é um aficionado do mergulho. Ele tornou-se sócio e dono de uma famosa escola de "scuba diving" e do Hotel Tofo Mar em Inhambane. 

 

Agora vem a revelação de que ele adquiriu o negócio às escondidas. Nuno Morais Sarmento, 60 anos, terá sido o beneficiário da Magalia International Limited, companhia offshore registada nas Ilhas Virgens Britânicas através da qual comprou uma escola de mergulho (Diversity Scuba), e um hotel rústico com 13 quartos, Tofo Mar, ambos em Moçambique, na praia do Tofo, em Inhambane.

 

Antes de Nuno Sarmento, o hotel Tofo Mar esteve nas mãos do empresário beirense, Zaide Aly, recentemente falecido. Aly terá “herdado” a  infraestrutura num negócio com elementos da Segurança (o SISE), entidade que chamou a si a gestão do hotel após a saída de Agostinho Nunes, o último dono legítimo da propriedade.

 

Há 15 anos, como explicou ao jornal Expresso, Morais Sarmento recorreu a um empréstimo hipotecário sobre a sua casa de residência em Lisboa e, em conjunto com alguns amigos, fez um investimento, adquirindo posições em empresas moçambicanas: 49% da Tofomania Limitada (hotel) e 98% da Maningue Limitada (escola de mergulho).

 

“Nunca a sociedade Magalia International Limited auferiu quaisquer rendimentos com origem em Moçambique, nem muito menos a mesma distribuiu a meu favor quaisquer fundos. Seja a título de dividendos, ou do reembolso do capital investido”, justificou ao semanário.

 

Atualmente, tanto o hotel, como a escola de mergulho pertencem na totalidade ao advogado lisboeta, mas nos Pandora Papers, a companhia offshore Magalia continuava activa em 2018 (embora tenha deixado de ser acionista do hotel em 2014) e o político era ainda o seu beneficiário efetivo. (Carta)

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