A empresa pública Aeroportos de Moçambique (ADM) está, desde finais de 2020, a investir 1.6 milhão de Meticais em marketing do Aeroporto de Chongoene, província de Gaza, para que o mesmo não se torne em mais um “elefante branco”, como o Aeroporto Internacional de Nacala, na província de Nampula.
Um documento citado pelo jornal “Notícias” explica que o investimento está a ser aplicado para a “realização de actividades como reuniões, espectáculos musicais, material de publicidade e campanhas de comunicação, formação de pessoal de atendimento/protocolo, técnico e operacional para o acto de inauguração da infra-estrutura”.
Ademais, o periódico refere que a empresa pública, que gere os aeroportos em Moçambique, pretende tornar aquela infra-estrutura sustentável, através do desenvolvimento de diversos negócios, com destaque para turísticos e logísticos.
A nossa fonte anotou que, no âmbito da implementação do plano de marketing, a ADM espera realizar, até ao mês de Fevereiro próximo, dois eventos nas cidades de Xai-Xai e Maputo para a apresentação do aeroporto, nomeadamente, falar das potencialidades e dos negócios que podem ser feitos dentro e arredores da infra-estrutura.
O Aeroporto de Chongoene está projectado para receber 220 mil passageiros por ano e com terminal de carga de 300 metros quadrados. A infra-estrutura está avaliada em 60.3 milhões de USD, financiados pela China e cuja construção está actualmente acima de 70% de execução.
Chongoene publicitado enquanto Nacala às moscas
Enquanto a ADM investe para publicitar o Aeroporto de Chongoene, o imponente Aeroporto Internacional de Nacala, inaugurado em 2014, está às moscas, um “elefante branco” mesmo com alto investimento para a construção.
O Aeroporto de Nacala foi projectado para receber em média 500 mil passageiros e manusear cinco mil toneladas de carga, mas conforme a DW noticiou há meses, a infra-estrutura está a ter uma utilização de apenas 4%. “Actualmente, chegam ao aeroporto dois aviões domésticos por semana”. E, por consequência da fraca utilização, “uma sala de embarque foi transformada em espaço de conferências”, reportou a DW.
A baixa utilização daquele aeroporto tem sido um grande fardo para a ADM e ao Governo que emprestaram 125 milhões de USD ao Brasil para a construção do aeroporto que não está a ser devidamente rentável para pagar a dívida. (Evaristo Chilingue)