A petrolífera francesa Total disse ontem que está "a acompanhar de perto a situação em Cabo Delgado", no seguimento de um ataque de rebeldes armados próximo do megaprojeto que lidera no norte de Moçambique.
"A segurança da força de trabalho e das atividades do projeto Mozambique LNG é a nossa prioridade absoluta", disse fonte oficial da multinacional.
Segundo a mesma fonte, "a Total mantém contacto permanente com as autoridades moçambicanas sobre o assunto".
Rebeldes armados atacaram na segunda-feira a aldeia de Mute, a menos de 25 quilómetros da área onde está a ser construída a zona industrial de processamento de gás natural da Área 1 da bacia do Rovuma, o maior investimento privado de África, da ordem dos 20 mil milhões de euros.
O ataque teve resposta das forças moçambicanas com o apoio de helicópteros, o que permitiu manter controlo da povoação.
Tal como em situações anteriores, a proximidade dos confrontos paralisou equipas de vários empreiteiros do recinto de construção do projeto de gás, que, no entanto, regressaram hoje à atividade, segundo fontes locais em Palma, vila costeira, sede de distrito, adjacente ao megaprojeto.
A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
A província está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019. (Lusa)