O Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, reitera que a auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, representa uma ameaça aos ganhos alcançados pelo país, no que concerne à paz.
Falando esta segunda-feira, a partir da cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, por ocasião da comemoração do 46º aniversário dos Acordos de Lusaka, nos quais o Estado colonial português reconheceu formalmente o direito do nosso país à independência, Nyusi defendeu que, enquanto o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo decorrer com sucesso, não existem razões para mais guerra entre os irmãos, no território nacional.
“Dialoguei com os guerrilheiros da Renamo, estão todos claros e são explicados que pacotes recebem, inclusive perguntei aquele pacote das senhoras guerrilheiras, se estavam disponíveis para ainda apoiar os homens que estão a combater na zona centro e também no norte. Colocaram-se à disposição, apesar de me terem pedido que precisam de ir reconstruir suas vidas depois de muito tempo que ficaram sem o fazer. Por isso, digo aos combatentes que lutaram que é melhor saírem para se entregarem porque não estamos satisfeitos em andar em guerra a caçar pessoas como animais. Queremos as pessoas em casa para discutirmos os problemas que tenham, porque nem todos que estão aqui sentados e nas matas estão satisfeitos com alguns procedimentos. Mas não vão pela arma, faca e nem pela catana”, referiu Filipe Nyusi.
Para Filipe Nyusi, os moçambicanos devem unir-se para combater os inimigos que pretendem retardar o desenvolvimento do país.
“Os principais responsáveis dos Acordos de Lusaka são os veteranos”
No seu discurso, por ocasião do “Dia da Vitória”, o Chefe do Estado lembrou que os principais responsáveis pelos Acordos de Lusaka são os veteranos da Luta de Libertação Nacional, pois, “são eles que se sacrificaram para que nós possamos apresentar o Bilhete de Identidade de nacionalidade moçambicana e o que eles fizeram pela pátria não tem preço”.
Por isso, 916 antigos combatentes foram condecorados, em todo o país, com a Medalha ou Ordem de Veterano da Luta de Libertação Nacional, em reconhecimento da sua “bravura”, na luta pela independência do país.
O velho debate sobre as pensões dos combatentes foi resgatado pelo também Comandante-Em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, tendo dito que, dos 128.948 antigos combatentes, 91% já têm suas pensões fixadas, porém, revelou haver 4.900 antigos combatentes que ainda não têm acesso à pensão, apesar da mesma já estar fixada. (Marta Afonso)