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quinta-feira, 30 julho 2020 06:16

Fim do Estado de Emergência: Filipe Nyusi dirigiu-se à Nação apenas para dizer que vai enviar relatório à AR

Passavam alguns minutos depois da hora 20. O Presidente da República, Filipe Nyusi, entrava na sala e, seguidamente, tomava o pódio para a dirigir-se à Nação, a partir da província de Tete, onde se encontra de visita, no quadro das Presidências Abertas. A comunicação era aguardada com enorme expectativa pelos cerca de 30 milhões moçambicanos. Não era para menos! Era a comunicação em torno do fim do Estado de Emergência que vigorava desde Abril passado, que terminou às 23:59 de ontem (29 de Julho), decretado no contexto da prevenção e combate à pandemia da Covid-19. Não era apenas um pronunciamento sobre o fim do período de excepção, era também sobre o rumo que o país iria tomar após quatro meses de “confinamento” que a esmagadora maioria dos martirizados moçambicanos queria ouvir do mais alto magistrado da Nação.

 

Debalde! Tal pretensão foi gorada pelo chefe do Estado, pois, ele não trouxe a ansiada resposta ao povo, que, particamente, largado à sua sorte, luta como pode contra à pandemia da Covid-19 e para mitigar os seus efeitos multiplicadores. Na sua comunicação de aproximadamente 17 minutos, com cobertura em directo nos canais televisão (público e privados) e radiofónicos, Filipe Nyusi dirigiu-se aos moçambicanos pura e simplesmente para informar que submeterá à Assembleia da República (AR) um relatório detalhado sobre as medidas tomadas e da sua aplicação em cada um dos sectores da sociedade moçambicana. 

 

O relatório detalhado, disse Filipe Nyusi, será envido hoje (quinta-feira) à AR e que, tal procedimento, é observado no cumprimento dos comandos emanados pela lei mãe, a Constituição da República (CR). Segundo o PR este procedimento deve ser observado, conforme a CR, sempre que se chega ao fim do período do Estado de Emergência.  

 

“ Dando comprimento ao estipulado na Constituição da República enviarei amanhã (hoje) o relatório (informação detalhada das medidas tomadas e da sua aplicação em cada um dos sectores da nossa sociedade) e logo a seguir tomaremos decisões sobre as estratégias e as medidas que iremos adoptar para o nosso futuro imediato”, sentenciou o Presidente da República.

 

Após o envio do documento ao mais alto e importante órgão legislativo do país, Filipe Nyusi disse que serão tomadas decisões sobre as medidas a serem adoptadas para o futuro imediato, exortando, na sequência, os moçambicanos a valorizar as conquistas alcançadas durante os 120 dias de “confinamento”. As medidas, anotou o PR, serão tornadas públicas por via de uma nova comunicação à Nação.

 

Enquanto não chegam as medidas, vincou Filipe Nyusi, nos dias que se seguem, as actualmente em vigor devem continuar a ser observadas com “alma” e “rigor”.     

“Tornaremos públicas estas medidas através de uma comunicação à Nação, enquanto isso apelamos a todos que valorizem tudo quanto conquistamos nestes 120 dias. Tudo que conquistamos não têm preço. Foram vidas que foram salvas. Nestes dias que se seguem, todas as medidas actualmente em vigor devem continuar a ser seguidas com a mesma alma e mesmo vigor de sempre. De pouco ficarmos impacientes. De nada vale agirmos com medo”, disse o chefe do Estado.

 

O chefe do Estado avançou, igualmente, que as medidas adoptadas ajudaram a atrasar a propagação da doença e que retoma das actividades será feita de forma faseada, estando directamente dependente da evolução da pandemia no país.  

 

Entretanto, é de salientar que minutos após Filipe Nyusi terminar a sua comunicação, as reacções, estas, também não se fizeram esperar, com os impiedosos internautas a fazer chacota dos pronunciamentos do chefe Estado, numa altura em que se clama desesperadamente pelo levantamento da suspensão imposta a alguns sectores de actividade.

 

Aliás, a modalidade de envio do relatório sobre Estado de Emergência à Assembleia da República foi um outro ponto que alimentou acesos debates entre a nata dos causídicos, com alguns a questionarem o capítulo ou ainda o artigo que versa sobre a matéria.     

 

De com as autoridades sanitárias, o país contava, até esta quarta-feira, com um total 1748 casos positivos do novo coronavírus, sendo 1119 activos, 616 pacientes recuperados e 11 óbitos. (Ilódio Bata)

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