Sem motivos claros, o Secretário Permanente do distrito de Inhassoro, José Matsinhe, recusa-se a partilhar o Relatório sobre a greve popular contra falta de transparência na contratação de mão-de-obra local pelas empresas sub-contratadas pela SASOL.
Durante a manifestação, que ocorreu defronte da administração distrital, a 27 de Novembro passado, os residentes de Inhassoro repudiavam a exclusão feita por parte de empresas subcontratadas pela SOSOL, em preferência à mão-de-obra proveniente de fora do distrito.
Após o incidente, o Secretário Permanente do distrito, em representação do Governo, criou uma Comissão de Trabalho junto com a petroquímica sul-africana para aferir a veracidade das razões do tumulto.
Volvido quase um mês de trabalho, a comissão produziu o relatório, mas desde a segunda quinzena de Fevereiro corrente, José Matsinhe recusa-se a partilhar o documento, embora inicialmente se tenha predisposto a enviar, por correio electrónico, tendo para o efeito solicitado o nosso correio electrónico.
“Enquanto Governo, podemos dar nosso pronunciamento. Infelizmente não temos o nosso relatório específico desta matéria. Mas, sem problema nenhum podemos dizer o que está a acontecer”, surpreendeu-nos semana finda, José Matsinhe, em contacto telefónico, após várias vezes a solicitarmos o documento.
Na verdade, o Secretário Permanente do distrito de Inhassoro já se tinha pronunciado sobre o conteúdo do relatório. Conforme noticiamos, em princípios de Janeiro, Matsinhe avançou que a auditoria concluiu haver um nível de contratação aberto e transparente.
Em contrapartida, aquele governante contradisse-se ao afirmar que, junto da SASOL, iriam dar uma recomendação a todas as empresas no sentido de cumprir com os requisitos de contratação mais transparentes e inclusivos. “Com isso, acreditamos que haverá redução da insatisfação por parte dos candidatos a emprego”, citámo-lo na altura.
Refira-se que a greve terá levado a detenção duma cidadã e disparos pela polícia para dispersar os manifestantes. (Evaristo Chilingue)