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terça-feira, 28 janeiro 2020 05:40

Tanveer Ahmed já se encontra em “terras do Tio Sam”, para ser julgado por narcotráfico

Chegou esta terça-feira, aos Estados Unidos da América, o paquistanês Tanveer Ahmed Allah acusado pela justiça americana de ser um barão da droga. A extradição ocorreu na manhã de segunda-feira, a partir de um voo da SAA, companhia Sul-africana, com destino à terra do tio Sam.

 

Tanveer Ahmed Allah decidiu, voluntariamente, não recorrer da decisão do Tribunal Supremo que, em Maio do ano passado, sentenciou o pedido do governo das terras do “Tio Sam” e julgá-lo naquele país, concretamente, no Estado de Texas, pelos crimes de tráfico de drogas.

 

De fontes próximas do processo, soubemos que a mudança de decisão do ora acusado traz consigo várias interpretações, entre elas delatar os outros envolvidos ou o funcionamento do esquema que produz mais de 300 milhões de USD anuais e beneficiar-se da redução da pena.

 

Tanveer Ahmed Allah, que foi detido em Janeiro de 2019, depois de ser solto por um Tribunal em Pemba, tinha uma protecção policial e política em diferentes escalões, facto que lhe garantia segurança de que tudo poderia ocorrer sem problemas, mas a mudança de abordagem modificou o cenário.

 

Segundo contam as fontes, Tanveer poderá vir a cooperar com a justiça americana, principalmente numa altura em que as recentes apreensões de quantidades elevadas de heroína e ice atingiram proporções alarmantes, levando alguns “pesos pesados” envolvidos na trama a reinventarem-se, uma vez que o trabalho de identificação e detenção dos actuais grupo não envolve só Moçambique, mas também outros Estados interessados em reduzir a saga na costa oriental de África.

 

Refira-se que o MP emitiu um comunicado, em que avançava que Tanveer poderá vir a "pegar" uma pena de prisão estimada em 40 anos de prisão, entretanto, fontes abalizadas dizem que a recusa em recorrer é porque o mesmo terá sido convencido a cooperar com a Justiça dos “gringos”. A saída de Tanveer ao Aeroporto de Mavalane fora acompanhado por um contingente fortemente armado, composto por agentes americanos.

 

Em Moçambique, encontram-se detidos 23 cidadãos asiáticos, sendo um grupo de 13 paquistaneses e 10 iranianos, detidos em finais do ano passado navegando ao largo da Baía de Pemba transportando quantidades avultadas de heroína e ice. O primeiro grupo incendiou a embarcação com mais de 1500 kg de heroína e o segundo foi preso com 430 kg de heroína e ice.

 

Nos últimos tempos, várias organizações internacionais vêm trabalhando com o governo moçambicano com o intuito de colmatar a “praga da heroína” que assola Pérola do Indico, sendo vista pelas redes internacionais de narcotráfico como corredor “privilegiado e seguro” dos grupos que passam pelo país.

 

O reaparecimento nas fronteiras terrestres, marítimas e áreas de cidadãos transportando drogas como heroína, cocaína, ice e outras já levou à detenção a vários cidadãos estrangeiros que pelo Aeroporto Internacional de Mavalane passam, entretanto, fontes envolvidas nas investigações ouvidas pela “Carta” dizem que maior parte das pessoas detidas tem sido tramados por redes de nigerianos, paquistanês e nacionais envolvidos no narcotráfico. (O.O)

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