Tal como reportamos no passado dia 19 de Novembro, 16 reclusos do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança (EPMS), vulgo B.O., aventavam a possibilidade de retornar à greve de fome, supostamente, em reivindicação à recusa daquele estabelecimento em retirar dois reclusos do nível de máxima segurança para o regime normal, o que lhes permitiria recorrer à liberdade condicional, eis que no passado dia 27 de Novembro, os mesmos retornaram à greve. E já passam neste momento 14 dias.
Funcionários do EPMS ouvidos pela “Carta” dizem que, do grupo, seis deram entrada ao Posto médico da B.O., devido à sua condição de saúde. Clemente Instamuele, Porta-voz do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), disse esta terça-feira (10 de Dezembro) que “a instituição desconhecia a existência de alguma greve na B.O.”, repisando que a situação “continua calma” e que não havia informação de nenhuma greve de fome.’
Entretanto, Serôdio Towo, presidente da Associação de Reintegração Social dos ex-Reclusos, disse, em entrevista à “Carta”, que só teve a informação através dos órgãos de comunicação social, adiantando que nas próximas 48 horas iria confirmar ou desmentir sobre a greve de fome.
De acordo com a fonte, o regulamento interno da EPMS estabelece que “um recluso pode permanecer de três a seis meses em regime de segurança máxima, sendo este o tempo máximo. Entretanto, os aludidos reclusos já estão no mesmo regime há sete anos, sem acesso à escola, igreja e, muitos menos, à prática de desporto”, actividades tidas como vitais para o processo de reabilitação e integração social do recluso.
A fonte confidenciou que não existe nenhuma acusação formal que justifique a situação dos reclusos, até porque os prazos legalmente estabelecidos já expiraram, prevalecendo apenas a vontade da Direcção em manter os dois reclusos no aludido regime. (O.O)