Há novos arguidos no caso legal das “dívidas ocultas” em Moçambique, disse fonte impecável à “Carta”. A fonte escusou-se de revelar-nos os nomes, mas garantiu que o Ministério Público está a realizar diligências cruciais que poderão culminar com medidas de coação contra os visados, no caso de isso se justificar. Parte das diligências, que incluem interrogatórios aos suspeitos, tiveram lugar na semana passada. Outras diligências prosseguirão nesta semana.
Os novos arguidos foram constituídos a partir de recentes revelações no julgamento de Jean Boustani em Nova Iorque, onde a acusação e a defesa do réu deram a conhecer nomes de figuras moçambicanas para quem foram alegadamente transferidos valores de subornos por parte da Privinvest.
Nalguns casos foram publicados detalhes comprovativos de transferências bancárias efectuadas; noutros casos, houve apenas uma menção nominal de alegados beneficiários. O Ministério Público está a tentar estabelecer se, no último caso, para além da menção nominal em listas de pagamentos da Privinvest, foram feitas, efectivamente, transferências para as contas dos visados.
“Carta” apurou que um dos novos arguidos é o antigo Ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, que foi apontado pela defesa de Boustani como tendo sido um dos beneficiários das “gorjetas” que o réu andou a distribuir para figuras próximas do antigo Presidente Armando Guebuza e do universo das empresas criadas para o calote. “Carta” apurou também que Inroga terá comprado, com os valores recebidos da Privinvest, uma moradia de luxo na zona da Sommerschield 2, em Maputo. Tentativas de ouvirmos Armando Inroga resultaram infrutíferas. Ele não atende a nossas chamadas nem responde a mensagens. (M.M.)