Ontem, "um camionista morreu ao volante e outro passageiro também morreu" alvejado no local, disse à Lusa, Rosaquel Ataide, uma testemunha que sobreviveu aos disparos."Foram disparados muitos tiros e vinham dos dois lados da estrada" acrescentou a comerciante. Uma terceira pessoa morreu quando estava a ser transferida do centro de saúde de Inchope para o Hospital Provincial de Chimoio, disse à Lusa fonte hospitalar.
Fonte médica do Hospital Provincial de Chimoio confirmou a entrada de um morto e dois feridos, um dos quais em estado grave, atingidas por projéteis de armas de fogo. Outra testemunha contou que o grupo armado atacou as viaturas quando seguiam em direção ao Norte, cerca das 06:00, sendo que três feridos - um dos quais aquele que veio a perder a vida a caminho do hospital - foram socorridos no centro de saúde de Inchope.
"Foi um ataque rápido e nós sobrevivemos agachados debaixo da nossa viatura", explicou Fulgêncio Jornal, uma outra testemunha, adiantando que o ataque ocorreu quando três viaturas seguiam juntas. Na quarta-feira, 23, um agente da polícia moçambicana morreu durante um ataque a um carro patrulha por parte de um grupo armado.
A polícia supõe que os autores sejam guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) chefiadas por Mariano Nhongo, mas este negou o envolvimento do grupo. A região em que se têm registado o ataque tem sido palco de incursões armadas contra veículos, desde agosto, que já provocaram vários feridos e sete mortos, segundo dados de autoridades locais.
A zona centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) até dezembro de 2016, altura em que as armas se calaram, tendo a paz sido selada num acordo subscrito em 06 de agosto.
Permanecem na zona guerrilheiros, em número incerto, que formaram uma autoproclamada Junta Militar para contestar a liderança da Renamo por Ossufo Momade e defender a renegociação do seu desarmamento e reintegração na sociedade. O grupo de guerrilheiros já ameaçou por mais que uma vez recorrer às armas caso não seja ouvido - mas, por sua vez, também se diz perseguido por outros elementos desconhecidos. (Lusa)