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quinta-feira, 24 outubro 2019 02:15

Removido mais um “capim” no INE

Está, pouco-a-pouco, a ser concretizado o plano do Presidente da República, Filipe Nyusi, de remover o “capim comprido que cresce sozinho” no Ministério da Economia e Finanças (MEF), conforme rotulou os gestores do Instituto Nacional de Estatística (INE) aquando da inauguração do novo edifício daquele Ministério.

 

Depois de, a 27 de Agosto, o Chefe de Estado ter exonerado Rosário Fernandes da presidência daquela instituição, agora foi a vez do Director de Censos e Inquéritos, Arão Mbalate, cessar as funções que vinha exercendo desde Setembro de 2016, nomeado por Rosário Fernandes.

 

 

O Despacho Nº90/GP/INE/2019, que comunica a cessação de funções daquele técnico, foi assinado pela Presidente da autoridade estatística do país, Eliza Mónica Magaua, na passada terça-feira, 22 de Outubro.

 

Tal como o Presidente da República e outros dirigentes do país, Eliza Magaua não explica as razões que ditaram a sua decisão, limitando-se a dizer apenas que “Arão Mbalate, NUIT 100850982, Técnico Superior N2, Classe C, Escalão 1, Grupo Salarial 11, enquadrado na Carreia de Técnico Superior N2, cessa funções de Director de Censos e Inquéritos, que vinha exercendo em comissão de serviço, nos termos do nº 3, do artigo 25, do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado”.

 

Homem de confiança de Rosário Fernandes, Mbalate, lembre-se, ficou famoso quando, a 17 de Julho deste ano, apareceu publicamente para desmentir os dados do recenseamento eleitoral na província de Gaza, que dão conta da existência de 1.166.011 potenciais eleitores naquela província do sul do país.

 

Em conferência de imprensa, bastante concorrida, Mbalate, que foi a cara principal do INE no desmascaramento dos dados do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), defendeu que aqueles números “extravasam todas as teorias demográficas” e que só podem ser alcançados em 2040, quando a província de Gaza for habitada por 2.2 milhões de pessoas, onde mais de 1 milhão terá mais de 18 anos, idade mínima para se votar, em Moçambique.

 

A posição não foi do agrado de Filipe Nyusi que, para além de corroborar ou emitir sua opinião à volta das críticas feitas pela autoridade estatística em torno dos dados de recenseamento, em Gaza, tratou de descredibilizar os dirigentes da instituição que, em Maio, convidaram-no a anunciar que “somos 27.9 milhões de habitantes”, fruto do trabalho por eles realizado. (Carta)

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