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sexta-feira, 18 outubro 2019 04:19

Eleições 2019: Observadores Internacionais criticam processo de votação

As Missões Internacionais de Observação do processo eleitoral, que teve o seu ponto mais alto a votação no último dia 15 de Outubro (terça-feira), são unânimes em afirmar que a votação decorreu, no geral, de forma ordeira, pacífica e calma, no entanto, afirmam ter registado alguns casos de violência, assim como falta de profissionalismo por parte da Polícia.

 

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que esteve em 153 mesas de votos, em 90 distritos do país, diz haver necessidade de os partidos políticos procurarem fontes alternativas de financiamento para campanha eleitoral, de modo a equilibrarem as condições de concorrência entre os candidatos.

 

 

Por seu turno, a equipa de observação da União Africana (UA) diz ter havido discrepância na contagem e reconciliação de votos, em algumas mesas, sobretudo nas províncias de Nampula, Tete e Gaza, sem nenhuma explicação adequada.

 

Afirma ainda ter observado o desequilíbrio no que tange à presença de delegados de candidatura, nas Mesas por onde passou, com a Frelimo a ser representada em 100 por cento, a Renamo 64 por cento e o MDM 29 por cento.

 

A missão de observação da UA defende também que o processo eleitoral moçambicano ainda não obedece o critério de equilíbrio do género, visto que grande parte dos cabeças-de-lista são homens. Verificou, igualmente, que a maioria dos Membros das Mesas de Voto (MMV) era do sexo feminino em quase todas as assembleias de voto.

 

Já o Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), que destacou 100 observadores em 99 distritos do país, diz ter testemunhado a intolerância política entre os partidos políticos e entre eleitores, o uso de recursos públicos pelos partidos para aquisição de materiais para fins próprios.

 

O EISA diz ainda ser necessário melhorar-se o profissionalismo da Polícia da República de Moçambique (PRM) para que esta não opte pela violência. A lentidão, durante o processo de contagem dos votos, e a falta de acessibilidade em locais de votação para as pessoas portadoras de deficiência são outros pontos arrolados no Relatório do EISA.

 

A Missão de Observação da Commonwelth, que esteve em quase todas as províncias, excepto Gaza, defende que o processo de votação foi bastante cansativo, visto que os eleitores enfrentam problemas ligados à organização.

 

A organização critica ainda a intimidação de alguns eleitores, principalmente, por parte dos membros da Frelimo e Renamo, nas províncias da Zambézia e Nampula. Chama atenção para que não se celebre vitórias antecipadas.

 

Por sua vez, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) junta-se à sociedade civil moçambicana no apelo às autoridades judiciais para o pleno esclarecimento das responsabilidades nos graves incidentes ocorridos durante o período da campanha eleitoral e no dia da votação. (Marta Afonso)

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