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BCI
quarta-feira, 09 outubro 2019 06:05

Assassinato de Anastácio Matavel: EUA e EU exigem investigação “célere” e “responsabilização dos autores”

A onda de condenação e repulsa ao acto ignóbil de que foi vítima o director do Fórum das Organizações Não-Governamentais, FONGA-GAZA, Anastácio Matavel, continua e nos tons mais gravosos. Depois de cidadãos anónimos e outros conhecidos do “grande público” terem mostrado o seu descontentamento com o sucedido, esta terça-feira, foi a vez da Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) e da Delegação da União Europeia (EU), ambas sediadas em Maputo, abordarem publicamente o assassinato daquele conservador invertebrado.

 

Dois elementos sobressaem das notas divulgadas pelos dois organismos. Trata-se de um crime “chocante e hediondo” e os responsáveis pelo acto bárbaro devem ser “levados à barra da justiça para a competente responsabilização”, que, segundo disseram, deve ser exemplar.

 

 

Os EUA bem como a UE convergem, igualmente, no argumento de que as autoridades moçambicanas devem conduzir uma investigação imediata e profunda, de modo que os autores materiais do assassinato de Anastácio Matavel, que era ponto focal da Sala da Paz, uma plataforma das Organizações da Sociedade Civil, actualmente, credenciadas para observar as VI Eleições Gerais que terão lugar no próximo dia 15 de Outubro corrente, sejam responsabilizados.

 

Anastácio Matavel foi assassinado na passada segunda-feira, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, assumidamente apoiante do partido Frelimo, à saída de uma sessão de formação de observadores eleitorais por agentes da Polícia da República de Moçambique, afectos ao Grupo de Operações Especiais (GOE) da Unidade de Intervenção Rápida (UIR).

 

A embaixada dos EUA considera ainda que “a justiça e credibilidade dos resultados das eleições dependem da capacidade de todos os eleitores moçambicanos, candidatos e observadores de participar em todas as fases de um processo eleitoral seguro, sem restrições e livre de hostilidades”.

 

“Instamos que sejam feitos todos os esforços para evitar tensões e facilitar a plena participação eleitoral, a fim de promover a vibrante democracia que é uma base essencial para a paz e a prosperidade de Moçambique”, diz o comunicado de imprensa, enviado à nossa Redacção.

 

Para a delegação da EU, o “ataque de ontem [segunda-feira] também foi um acto de desrespeito para com o povo moçambicano e o seu direito legítimo de participar no processo democrático – a União Europeia, o Canadá e a Noruega apelam para um decorrer pacífico e ordeiro do restante período do processo eleitoral e instam todos os moçambicanos a absterem-se de quaisquer actos de violência e intimidação”.

 

Anota, igualmente: “estas eleições, historicamente importantes, são particularmente relevantes para a implementação bem-sucedida do processo de paz e para a estabilidade e prosperidade a longo prazo de Moçambique”. (Carta)

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