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segunda-feira, 07 outubro 2019 06:10

Banco de Moçambique revela que a Desdolarização estagnou no país

 Jamal Omar, administrador do Banco de Moçambique intervindo sobre Desdolarização em Conferência

Em Conferência havida, semana finda, em Maputo, sobre “Branqueamento de Capitais e a Desdolarização da Economia”, o administrador do Banco de Moçambique, Jamal Omar, revelou que, entre 2015 a 2019, a Desdolarização estagnou no país.

 

Desdolarização é, para o Banco Central, o processo de redução do uso da moeda estrangeira (como o Euro, Dólar, Rande) em transacções domésticas, pelo uso do Metical. O processo contrário a esse, o Banco de Moçambique apelida de Dolarização.

 

 

Num evento organizado pelo Millennium Bim, no âmbito do lançamento da marca “Corporate”, Omar explicou diante de empresários, gestores da banca comercial, governantes e académicos, que, para medir a Dolarização no país, o Banco Central subtrai o total de depósitos em moedas estrangeiras pelo total de depósitos da economia e, em 2015, concluiu que o nível de uso da moeda externa situava-se nos 28 por cento, uma redução em comparação ao ano de 2000 em que a Dolarização era de 50 por cento.

 

Contudo, mesmo tendo-se registado a Desdolarização (redução do uso da moeda externa) de 2000 a 2015, tal não se verificou nos últimos cinco anos, pois, de 2015 a 2019, não houve alteração, porque nesse período a percentagem continua 28 por cento.

 

Convidado para o evento, o economista e Director-Executivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Eduardo Sengo, lembrou que o actual nível de Dolarização deve-se à conjuntura económica que levou à falência de muitas empresas, principalmente pequenas e médias. Para evitar o pior, continuou Sengo, os agentes económicos optaram pelo uso de moedas externas (estimulando assim a Dolarização) em transacções domésticas devido à desvalorização do Metical.

 

Sobre a causa da Dolarização, a CTA e o Banco Central têm um denominador comum, a instabilidade macroeconómica. Mas, Omar assegurou, na ocasião, que o Banco de Moçambique vai continuar a trabalhar no sentido de garantir a estabilidade macroeconómica para que o fenómeno, a dolarização, não afecte a economia nacional.

 

Para além dessa medida, o Banco Central prevê, segundo Omar, a Meticalização da Economia, revisão dos regulamentos da Lei Cambial (e sua divulgação), mormente condições de movimentação de conta específica de receita de exportação, bem como regras de compra e venda de moeda externa no mercado cambial.

 

Segundo o administrador, com essas medidas, a serem implementadas num contexto de exploração dos recursos naturais, principalmente o Gás Natural da Bacia do Rovuma, espera-se, dentro de quatro a cinco anos, uma cada vez mais valorização da moeda nacional, o Metical em relação a moedas externas. (Evaristo Chilingue)

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