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quarta-feira, 18 setembro 2019 04:07

Como a Frelimo, a Renamo e o MDM abordam o problema do emprego nos seus manifestos eleitorais

O Recenseamento Geral da População e Habitação de 2017, efectuado pelo Instituto Nacional de Estatística, determinou que somos 27.909.798 habitantes. Deste universo, 13.416.860 são homens e 14.492.938 são mulheres. Em 2017, dados oficiais apontavam que a taxa de desemprego no país situava-se na casa dos 40 por cento.

 

De acordo com o Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), no seu Boletim sobre o Mercado do Trabalho (Março/2019), no primeiro trimestre de 2019 houve uma redução de empregos registados de 26,5 por cento em relação ao período anterior, no caso do quarto trimestre de 2018, e um aumento de 11,4 por cento face ao período homólogo. No período em alusão, as admissões directas contribuíram mais com 51,4 por cento do total dos empregos e 9,0 por cento foram do auto emprego.

 

 

O MITESS destaca, numa análise do emprego por região, que houve equilíbrio, onde a região Norte contribuiu com 33,4 por cento, Centro 33,3 por cento e Sul com 33,3 por cento contra 34,6 por cento, 34,2 por cento e 32,2 por cento, respectivamente, do período anterior.

 

Ainda no primeiro trimestre do ano prestes a findar, a contratação de cidadãos de nacionalidade estrageira, que constitui 6,9 por cento do total de empregos registados, reduziu 20,5 por cento em relação ao último trimestre de 2018 e aumentou 16,6 por cento face ao período homólogo e as admissões automáticas representam 95,2 por cento do total das contratações.

 

No que respeita ao desemprego, verifica-se que 49,9 por cento dos candidatos procuravam um novo emprego e 50,1 por cento, o primeiro emprego, maioritariamente constituído por jovens de faixas etárias compreendidas entre os 15 e 35 anos de idade.

 

“Carta” compulsou, uma vez mais, os manifestos (quinquénio 2020-2024) dos três principais partidos concorrentes às Eleições Gerais de 15 de Outubro. Depois do tópico referente à Corrupção, para esta edição, o Emprego, um antigo problema bicudo, foi o item escolhido.

 

Nas próximas linhas, a nossa publicação traz, à letra, aquelas que são as principais ideias que as três formações políticas se propõem a implementar, isto se vencerem o pleito que se avizinha.

 

MDM

 

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) “compromete-se a criar o Programa MOÇAMBIQUE, MAIS EMPREGO PARA TODOS, que irá absorver as populações do campo e da cidade para o mercado de emprego, aproximando os sectores Privado e a Sociedade. O MDM irá incentivar a abertura de novos negócios e facilitar o acesso ao crédito para gerar mais postos de empregos e melhorar a renda familiar. O MDM irá criar mais zonas francas, de modo a atrair, para diferentes pontos do país, pequenos, médios e grandes investimentos estrangeiros e nacionais, criando postos de trabalho; e apostar mais nos investimentos onde o processo de produção aplica mais o factor força de trabalho com o propósito de produzir, dando mais atenção ao recurso humano como o factor dinamizador e criando assim mais postos de trabalho”.

 

Frelimo

 

O partido Frelimo compromete-se a “Impulsionar a formação profissional e sua certificação, como veículo de excelência na valorização do capital humano, determinante no âmbito da empregabilidade e no alavancagem de futuras oportunidades de carreira; Promover a construção, expansão e apetrechamento de centros de emprego e formação profissional orientados para as necessidades do mercado de trabalho; Prosseguir com o apoio às iniciativas de auto-emprego, através da criação de micro e pequenas empresas; Incentivar a promoção do trabalho e emprego, dando destaque à força de trabalho dos jovens moçambicanos, para reduzir o desemprego desta camada da sociedade; Promover a realização de estágios pré-profissionais e programas de indução, através do estabelecimento de parceiras com o sector privado, com vista a conferir mais oportunidades de emprego, particularmente para os jovens”.

 

Renamo

 

“Assegurar a cada cidadão o direito ao exercício de um trabalho digno, justamente remunerado e livremente escolhido; Investimentos na formação não só, para a criação de postos de trabalho, mas também para a criação da riqueza; Orientar a formação escolar de forma a permitir aos jovens prepararem-se para o exercício de uma profissão de livre escolha; Estabelecer um sistema de fixação de salários na função pública com base no mais alto; Incentivar a criação de um sindicalismo pluralista e democrático; Assegurar a estabilidade do emprego; Criar linhas de financiamento para encorajar e estimular a juventude na produção e implementação de ideias inovadores para criação de empregos; Criar a decência em todas as áreas ou sectores de produção ou ocupação social”. (Carta)

Sir Motors

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