O expediente documental de Ossufo Momade, suportado por um total de 20 mil assinaturas, foi entregue aos juízes daquele órgão de soberania pelo mandatário nacional, Venâncio Mondlane, que, na ocasião, foi acompanhado do Secretário-Geral (SG), André Magibire, e de alguns membros da Comissão Política.
A ausência de Momade colheu de surpresa até os membros e simpatizantes daquela formação política, que se apinharam defronte do CC para ver e, quiçá, ouvir o seu líder discursar, isto depois da entrega dodossier, tal como fizeram Filipe Nyusi e Daviz Simango, no dia em que foram depositadas as suas candidaturas.
Coube a André Magibire falar à comunicação social sobre o significado do gesto (deposição da candidatura) a quem, prontamente, foi questionado as razões por detrás da ausência do presidente do partido, numa altura em que membros do partido têm, publicamente, se mostrado contrariados com o modelo de gestão introduzido por Ossufo Momade.
Aliás, o presidente do partido foi, há dias, acusado de estar a perseguir e assassinar todo aquele que contraria as suas convicções e pretensões, bem como de distribuir benefícios a pessoas com quem tem relações próximas.
A esta pergunta, em meio a hesitações, o Secretário-Geral escudou-se no argumento de que o presidente do partido está “excessivamente” atarefado. Magibire disse aos jornalistas que Ossufo Momade não veio testemunhar a entrega da sua candidatura por estar, verdadeiramente, focado no acompanhamento do diálogo, concretamente, do andamento do processo relacionando com os assuntos militares, que, segundo se sabe, culminará com a Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração do braço armado do partido.
Ajuntou que o presidente do partido está a dirigir aquela formação política a partir da Serra da Gorongosa, distrito do mesmo nome, província de Sofala, região centro do país, onde fixou residência e que, assim que as condições estiverem devidamente criadas, virá à capital do país, Maputo.
“O presidente Ossufo Momade não veio presenciar este acto por uma razão muito simples. O presidente está na Gorongosa. Ele está a fazer o acompanhamento do diálogo, especificamente, dos assuntos militares a partir da Gorongosa. Está a dirigir o partido a partir da Gorongosa. Logo que as condições estiverem criadas ele virá a Maputo”, disse Magibire, visivelmente embaraçado com a situação.
Refira-se que, com a entrega desta candidatura, a Renamo dissipa as prováveis dúvidas em relação ao seu candidato presidencial, depois de, há dias, um grupo de militares da sua força armada, chefiado pelo Major General Mariano Nhongo, ter exigido a demissão de Ossufo Momade, alegando ser um infiltrado naquele partido político. (I.B)