A razão, fundamentaram Damião José e Edmundo Galiza Matos Jr., está intimidante ligada ao facto de Paulo Vahanle não estar a conseguir fazer uma gestão eficiente dos resíduos sólidos (lixo) na urbe, o que, na óptica destes, está por detrás da proliferação de ratos pela cidade.
E como consequência directa da má gestão dos resíduos sólidos na cidade, na lógica destes dois deputados, Victor Borges, cônjuge e filhos viram-se obrigados a abandonar a residência oficial, alegadamente, porque a mesma estava infestada de ratos e cobras.
“O Governador teve de abandonar a residência oficial fugindo dos ratos que se espalharam pela cidade de Nampula por causa do lixo. O lixo que tomou conta da cidade de Nampula é que está a criar todos aqueles ratos. É consequência da má governação da Renamo”, acusou, por exemplo, Damião José.
A saída do Governador de Nampula da residência oficial foi, de resto, o tema que dominou o período de insistência da Sessão de Perguntas ao Governo, que ontem terminou, motivando uma troca de mimos entres as bancadas da Frelimo e Renamo.
A Renamo, na pessoa dos deputados António Muchanga e Ivan Mazanga, saiu, como era de esperar, em defesa de Paulo Vahanle, afirmando que a atitude de Borges não espelha outra coisa senão o patamar mais alto do saque do erário público, que vem sendo promovido pelos dirigentes ligados ao partido no poder.
Entretanto, na passada segunda-feira, em conversa com a “Carta”, Victor Borges disse que iria arcar com as despesas da sua estadia e da sua família, no Hotel Grand Plaza, onde permanecera por 33 dias. As despesas, disse Borges à “Carta”, estão avaliadas em 1.2 milhão de meticais. (Ilódio Bata)