"A distribuição das brigadas de recenseamento eleitoral foi para facilitar o registo de eleitores em zonas sob forte influência da Frelimo [partido no poder] e reduzir o número de eleitores nas regiões sob domínio da oposição", refere o levantamento. De acordo com o estudo, feito pelo pesquisador Domingos do Rosário, o STAE criou uma logística desfavorável ao registo de eleitores nas zonas que votam maioritariamente na oposição e facilitou o recenseamento nas áreas que preferem a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder. "O círculo eleitoral de Gaza [dominado pela Frelimo] beneficiou de um aumento de 34,2% de brigadas de recenseamento eleitoral, contudo, a Zambézia, [que vota na oposição], teve um aumento de apenas 8,1%", lê-se no texto.
A percentagem do número de eleitores que aumentou na província de Gaza correspondente a metade do total de número de eleitores da província da Zambézia, explica o EISA. A diminuição do número de eleitores nos círculos eleitorais tradicionalmente controlados pela oposição vai resultar na redução do número de mandatos para a Assembleia da República e para as assembleias provinciais.
"Para os territórios com uma tendência de voto para a oposição, a alocação de menos brigadas vai também exercer um efeito perverso durante uma fase da votação", diz a análise. A dispersão das assembleias de votação pode reduzir a capacidade dos partidos políticos e de monitoria das organizações da sociedade civil, refere o EISA. (Lusa)