Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
quarta-feira, 19 fevereiro 2025 16:27

Tensão pós-eleitoral: Caos atinge Homoíne e Praia de Bilene

Homoineeee190225.jpg

Depois dos tumultos verificados esta terça-feira, na cidade de Chókwè, província de Gaza, contra o custo de vida, hoje, o caos atingiu as vilas de Homoíne, na província de Inhambane, e da Praia do Bilene, na província de Gaza, ambas no sul do país.

Informações colhidas pela “Carta” indicam que, na vila municipal de Homoíne, os populares incendiaram uma viatura de caixa aberta, pertencente ao Director da Escola Secundária de Homoíne, e invadiram a sede distrital do partido Frelimo, onde retiraram o mastro no qual os membros do partido no poder içam a bandeira daquela formação política. Escalaram ainda o edifício do Conselho Municipal de Homoíne, mas nada foi destruído.

Fontes da “Carta” baseadas em Homoíne contam que os tumultos desta quarta-feira foram motivados por três problemas: o custo de vida; a cobrança do dinheiro do guarda na Escola Secundária de Homoíne; e a obrigatoriedade de os alunos adquirirem uniformes escolares na própria instituição ao preço de 1.500,00 Meticais.

Segundo as fontes, um grupo de pessoas deslocou-se àquele estabelecimento de ensino para exigir a devolução do dinheiro do guarda e da compra dos uniformes, adquiridos por alguns pais e encarregados de educação. Não tendo sido satisfeita a exigência, decidiu incendiar a viatura do Director da Escola.

Tal como noutros pontos do país, o custo de vida foi também usado como a razão para o caos. Aliás, as fontes contam que a vila municipal de Homoíne está com o comércio encerrado há três dias por ordem dos manifestantes, que exigem a redução dos preços dos produtos de primeira necessidade.

As fontes narram que, na segunda-feira, os manifestantes convocaram uma reunião com os comerciantes, mas estes não se fizeram ao local por ordens do Governo distrital. O encontro teria lugar na terça-feira, porém, com dois membros do Município e alguns comerciantes.

Do encontro, garantem as fontes, foi acordado que os comerciantes podiam abrir os seus estabelecimentos comerciais para vender os produtos em stock, mas estavam proibidos de descarregar novos produtos, sem antes haver acordos em relação aos preços. A exigência não foi acatada pelos comerciantes, que decidiram continuar com as lojas encerradas, facto que exacerbou os ânimos dos manifestantes.

“Carta” tentou entrar em contacto com Jovial Setina, Presidente do Conselho Municipal de Homoíne, mas sem sucesso. Fontes garantem que a Edil de Homoíne encontra-se em parte incerta, depois de ter abandonado o gabinete de trabalho logo após a invasão do Edifício do Município.

Quem também não quis prestar quaisquer explicações ao nosso jornal em torno do caso é a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível do Comando Provincial de Inhambane, Nércia Bata. A Superintendente da Polícia disse que estava reunida e que ia retornar a ligação, mas não mais aconteceu, mesmo perante a nossa insistência.

Na Praia do Bilene houve passeata…

Já na vila da Praia do Bilene, no distrito de Bilene, província de Gaza, houve uma “passeata” de grupo de jovens, gritando o nome de Venâncio Mondlane, o ex-candidato presidencial responsável pela convocação das manifestações populares testemunhadas no país, entre Outubro e Janeiro passados.

O Edil daquela vila municipal, Mufundisse Chilengue, disse à “Carta” que os manifestantes não destruíram nada, além de terem realizado uma “passeata” pela vila, exigindo redução de preços nos produtos de primeira necessidade. A fonte garante que, depois da “passeata”, o grupo, composto por dezenas de jovens, recolheu às suas residências.

Já o porta-voz da Polícia, em Gaza, disse ao nosso jornal que a corporação ainda estava a trabalhar no terreno, com vista a esclarecer o caso e que ia prestar esclarecimentos esta quinta-feira.

Refira-se que ontem, manifestantes vandalizaram a sede da Frelimo, no distrito de Chókwè, província de Gaza, e incendiaram infra-estruturas do FIPAG, no mesmo distrito. Já na província de Maputo, concretamente no distrito de Marracuene, populares impediram a Polícia de Trânsito de controlar a velocidade instantânea de viaturas, na Estrada Nacional Nº 1, alegando corrupção por parte dos agentes da lei e ordem. (Carta)

Sir Motors

Ler 2238 vezes