O candidato presidencial Venâncio António Bila Mondlane diz estar disponível ao diálogo entre o Presidente da República e os candidatos à Ponta Vermelha, tal como anunciou, na terça-feira, o Chefe de Estado, em sua comunicação à nação, no âmbito das manifestações populares em curso no país desde 21 de Outubro último.
Em mais uma transmissão em directo na sua página oficial do Facebook, feita ao início da tarde de hoje, Mondlane disse aceitar o desafio feito pelo Presidente da República de haver um encontro entre Filipe Nyusi e os candidatos à Presidência da República, nomeadamente, Lutero Simango (do MDM), Daniel Chapo (da Frelimo), Venâncio Mondlane (do PODEMOS) e Ossufo Momade (da Renamo).
“Eu, Venâncio Mondlane, candidato suportado pelo partido PODEMOS, candidato vencedor das eleições presidenciais de 2024, aceito, sem reservas, esse diálogo, mas, como qualquer negociação, deve ter uma agenda”, afirmou o candidato.
No entanto, para não ir a um encontro sem agenda, disse Mondlane, irá submeter amanhã, sexta-feira, na Presidência da República, “um ofício”, por si assinado, com a proposta de agenda, “sustentada pelos vários moçambicanos” que, segundo o político, ao longo do tempo foram dando as suas opiniões de como devia ser conduzido o diálogo, assim como as manifestações.
A agenda a ser proposta, assegurou, é composta por 20 pontos – selecionados de mais de 40 mil emails recebidos pelo político – que constituem os anseios do povo moçambicano e, após a sua entrada na Presidência da República, será partilhada com os moçambicanos para que tomem ciência do que foi entregue ao Chefe de Estado. “Não queremos diálogos que são feitos e o povo nem tem direito de dizer uma única palavra”.
Venâncio Mondlane disse ainda que o diálogo deverá decorrer à porta aberta “ao público”, de modo a que os moçambicanos tenham acesso ao conteúdo em debate. “Não devem ser diálogos à porta fechada, em segredo, para que a gente se acerte nos nossos segredinhos sem que o povo saiba”, disse Mondlane, exigindo a presença da imprensa, da sociedade civil e da comunidade internacional.
“Queremos evitar aqueles diálogos que iam a 100 rondas e o povo não sabia”, sentenciou o político, em referência ao diálogo político entre o Governo e a Renamo, que durou mais de dois anos no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.
Referir que na sua comunicação, Venâncio Mondlane não impôs condições de segurança para sua pessoa e muito menos garantias de que não ser detido a sua chegada à Maputo. Lembre-se que o político encontra-se, neste momento, em parte incerta. (Carta)