Quando faltam pouco mais de 15 dias para o fim da campanha eleitoral rumo às Eleições de 09 de Outubro próximo, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade denuncia o aumento de casos de confrontação física entre apoiantes da Frelimo, Renamo, MDM e PODEMOS, formações políticas que suportam, respectivamente, as candidaturas de Daniel Chapo, Ossufo Momade, Lutero Simango e Venâncio Mondlane à Presidência da República.
Segundo aquela plataforma de observação eleitoral, um dos casos registou-se em Quelimane, na província da Zambézia, envolvendo simpatizantes da Frelimo e da Renamo. A fonte afirma que a confrontação foi violenta, tendo terminado após negociações entre a Unidade de Intervenção Rápida (Polícia de choque) e o Delegado Provincial da Renamo.
Para além de actos de violência física vistos em Quelimane, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade diz ter registado o atropelamento de um membro do PODEMOS por simpatizantes do partido no poder, no distrito de Cuamba, província do Niassa. Igualmente, anotou a destruição de material de propaganda dos partidos, com maior frequência nos distritos de Xai-Xai (Gaza); Vilanculos (Inhambane); Marínguè (Sofala), Nicoadala (Zambézia); Moma (Nampula); Cuamba (Niassa); e Pemba (Cabo Delgado).
“Estes incidentes resultaram no ferimento de cinco pessoas, sendo quatro membros de partidos políticos e um popular. Dentre os feridos, destaca-se uma mulher”, narra o Mais Integridade em comunicado de imprensa, divulgado ontem, no qual fez notar o impedimento dos observadores em seguir ou captar imagens das caravanas da Frelimo e da Renamo em Moma (província de Nampula), Beira (Sofala) e Lago (Niassa).
A plataforma denuncia ainda a redução do efectivo policial nos eventos políticos-eleitorais, à medida que a campanha eleitoral avança para recta final. A fonte releva que a presença dos agentes da Polícia da República de Moçambique (Polícia de Protecção) nos eventos de campanha vai diminuindo, tendo marcado presença em 37% dos eventos observados, uma redução de 5% em relação à semana anterior.
Contudo, a plataforma garante que, no geral, “as actividades de campanha, ao longo destas três semanas, continuam calmas e sem grandes incidentes”, apesar de ainda se registarem casos de interferência/intimidação. “Os actos de intimidação perpetrados pela PRM e provocados por simpatizantes de partidos políticos diminuíram, significativamente, em relação à segunda semana da campanha, particularmente no caso da PRM, em que houve uma redução de 15%”, defende a fonte, sublinhando ainda que a actuação da Polícia, em grande parte dos eventos, é considerada normal e profissional.
Em relação à cobertura jornalística, os observadores do Mais Integridade sublinham haver uma tendência crescente de favorecimento à campanha da Frelimo. “Os jornais diários alocaram à Frelimo, no seu total, uma cobertura de 41% em termos de unidades publicadas, seguida pela Renamo com 24%; MDM com 19%; e o PODEMOS com 11%. A mesma tendência verificou-se nos jornais semanários, onde a Frelimo teve 41% das unidades analisadas, seguida pela Renamo com 20%; MDM com 16%; e PODEMOS com 19%”, detalha, sublinhando que na rádio e televisão, a Frelimo possui 30% das unidades analisadas, seguida pela Renamo com 18%, MDM com 17% e PODEMOS com 7%.
No comunicado partilhado com “Carta”, refira-se, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade garante que as suas constatações se baseiam na observação de 2.278 eventos de campanha eleitoral de quatro partidos e seus candidatos presidenciais, nomeadamente Frelimo, Renamo, MDM e PODEMOS, e na monitoria da comunicação social e das redes sociais da internet. (Carta)