Violência voltou a escalar na província moçambicana. Populações são alvo de ataques dos insurgentes, mas também das forças militares no terreno, treinadas pela missão europeia liderada por Portugal. Governo de Nyusi aparenta só ter um interesse: proteger projetos da Exxon Mobil e TotalEnergies.
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado é palco de ataques de grupos de machababos (insurgentes). A partir de meados de 2019, a maioria dos ataques são reivindicados pelo Estado Islâmico na África Central.
Certo é que o alto nível de recrutamento entre as populações locais, principalmente entre a juventude local, tem, de acordo com várias organizações não governamentais, ativistas e especialistas, é justificado não apenas por questões religiosas, como também pelo descontentamento face à falta de oportunidades, à falta de investimento na região, às desigualdades geradas pelos projetos de exploração de gás na região.
O Governo moçambicano tem procurado a todo o custo garantir o relançamento ou a continuidade dos projetos estrangeiros de exploração de gás, em detrimento da segurança das populações. E tem-se recusado a atuar sobre as raízes do problema no que respeita à adesão dos jovens moçambicanos a esta onda de violência.(Esquerda.net)