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quinta-feira, 18 janeiro 2024 03:52

Membro do Conselho de Estado moçambicano anuncia candidatura à liderança da Renamo

O antigo deputado à Assembleia da República moçambicana e atual membro do Conselho de Estado Juliano Picardo anunciou ontem que vai voltar este ano a concorrer à liderança da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição).

 

“Já fui candidato a presidente da Renamo no sexto congresso, em 2019. Agora volto novamente. Diz o ditado que à segunda é de vez”, afirmou, em declarações aos jornalistas, Juliano Picardo, anunciando nova candidatura.

 

“Os militantes sabem que têm um Picardo muito humilde, um Picardo sempre disposto para formar quadros dentro do partido, um Picardo sempre em prontidão para ajudar as bases do partido”, afirmou o quadro da Renamo, da província de Tete.

 

Além de membro do Conselho de Estado, Juliano Picardo é conselheiro político de Ossufo Momade, atual presidente da Renamo, com quem descreve ter uma relação “fenomenal”: “Nunca me afastei dele. Nunca me afastei do presidente”.

 

No passado dia 12, o político moçambicano Venâncio Mondlane anunciou que vai concorrer para a presidência da Renamo no próximo congresso daquela força política.

“Venho anunciar, abertamente, sem medo, que estou disponível e vou avançar como candidato à presidência da Renamo no próximo congresso”, declarou Venâncio Mondlane, falando a um grupo de simpatizantes do principal partido de oposição em Moçambique, em Nacala-Porto, província de Nampula, no norte do país.

 

O anúncio de candidaturas a um congresso sem data marcada surge no meio de uma crise interna que se instalou naquele partido após o porta-voz daquela força política, José Manteigas, declarar, este mês, que o atual presidente do partido, Ossufo Momade, é a escolha da Renamo e o único com perfil para concorrer às presidenciais deste ano, ignorando os estatutos, que preveem que o candidato deve ser eleito em congresso.

 

Durante o encontro com os simpatizantes da Renamo em Nacala-Porto, que contou com a presença do presidente daquela autarquia, Raul Novinte, da Renamo, Venâncio Mondlane apresentou a capa do seu manifesto.

 

“Quero dizer também que já estou adiantado e já tenho o manifesto completo. Não vou adiantar o conteúdo, senão vão dizer que estou a ser injusto. Mas é este manifesto e, na última página, mostra o momento em que eu fui batizado na serra da Gorongosa pelo general de quatro estrelas, Afonso Dhlakama [líder histórico do partido, que morreu em 2018]”, declarou Venâncio Mondlane, acrescentando que está pronto para ser o “herdeiro dos ideais” de Dhlakama.

 

As sextas eleições autárquicas do ano passado, em que a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) foi declarada como vencedora em 60 autarquias de um total 65, foram fortemente contestadas pela oposição, que não reconheceu os resultados oficiais, e pela sociedade civil, alegando uma “megafraude”.

 

A liderança da Renamo tem sido criticada externa e internamente, com o antigo líder do braço armado do partido Timosse Maquinze a acusar Ossufo Momade de inércia face a alegadas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de outubro, supostamente a favor do partido no poder, e de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido recentemente desmobilizados.

 

Moçambique prepara-se, neste ano, para as eleições gerais, incluindo as sétimas presidenciais e às quais o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já não pode constitucionalmente concorrer.

 

O escrutínio está marcado para 09 de outubro, com um custo de cerca de 6.500 milhões de meticais (96,3 milhões de euros), conforme dotação inscrita pelo Governo na proposta do Orçamento do Estado para 2024.(Lusa)

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