O Bastonário da Ordem dos Advogados, Carlos Martins, diz que o Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe, devia abandonar o seu cargo em nome da moral, face às irregularidades denunciadas depois da realização das sextas eleições autárquicas de 11 de outubro.
“Houve várias irregularidades gritantes neste processo eleitoral. Acho que não há condições para o Presidente da CNE e toda a sua equipa continuarem a trabalhar, diante destas irregularidades e do facto de a entidade que ele dirige não ter tomado um posicionamento tempestivo relativamente a estas eleições. Penso que ele devia renunciar ao seu mandato”.
Martins falava esta quinta-feira à saída da VIII sessão ordinária do parlamento, onde estiveram ausentes a Renamo e o MDM. Para o Bastonário da Ordem dos Advogados, o facto de os resultados eleitorais estarem a ser anulados põe a nu todo o processo.
“O número de impugnações e, acima de tudo, tendo em conta a dispersão destes mesmos recursos revela que o processo não foi transparente. São vários processos que estão a ser anulados neste momento e isso demonstra que o judiciário está a tornar-se independente e a desencadear um exercício equilibrado de poderes e dissuadindo práticas que possam distorcer a democracia”, disse Martins.
Por esta razão, a Ordem dos Advogados de Moçambique manifesta a sua disposição para apoiar qualquer pessoa sobre os mais diversos intervenientes deste processo eleitoral. (M.A)