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quarta-feira, 20 setembro 2023 02:19

Eleições Autárquicas: Razaque Manhique gazeta primeiro debate televisivo

Quando faltam oito dias para o arranque da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 11 de Outubro próximo, Razaque Manhique, cabeça-de-lista da Frelimo para Cidade de Maputo, continua “acantonado”, furtando-se aos debates públicos em torno do seu projecto eleitoral para a capital do país.

 

Primeiro, furtou-se ao “frente-a-frente” entre os cabeças-de-lista para o Município da Cidade de Maputo, organizado no passado dia 11 de Setembro, pela Plataforma Jovens Líderes de Moçambique (PJLM) e, esta semana, ausentou-se do debate televisivo organizado pela STV. Nas duas ocasiões, o Primeiro-Secretário da Frelimo na Cidade de Maputo sequer enviou um representante, o que levanta inquietações sobre a sua preparação para esta corrida.

 

Para os seus adversários, a ausência de Razaque Manhique em debates desta natureza revela fraqueza do candidato, pelo que entendem não haver condições para que os eleitores votem em concorrentes que se furtam a este tipo de eventos.

 

Lembre-se que, no princípio deste mês, Razaque Manhique garantiu à “Carta” que estava apto para um debate televisivo com os seus adversários, desde que o convite fosse formulado pelas televisões e não pelos candidatos. A resposta surgiu na sequência do desafio lançado pelo cabeça-de-lista da Renamo, Venâncio Mondlane, aos seus adversários para um frente-a-frente num debate televisivo.

 

O debate organizado pela Soico Televisão (STV) teve duração de 90 minutos e contou com a participação de quatro cabeças-de-lista, nomeadamente, Venâncio Mondlane (da Renamo), Augusto Mbazo (do MDM), Eunice Andrade (da Nova Democracia) e Armindo Chembane (da Associação dos Trabalhadores Informais de Moçambique). Refira-se que para autarquia de Maputo concorrem 11 listas.

 

Augusto Mbazo, que lidera a lista do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) no Município de Maputo pela segunda vez consecutiva, foi o primeiro a usar da palavra, tendo garantido que o seu manifesto eleitoral apresenta oito pilares e 44 objectivos estratégicos, com destaque para a devolução da dignidade aos munícipes que, ciclicamente, são afectados pelas inundações.

 

Mbazo diz igualmente que irá assessorar a juventude a criar emprego, através da criação de pequenas e médias empresas para o saneamento, assuntos culturais e desportivos. Diz ainda estar em condições de prover transporte urbano de passageiros em qualidade e quantidade e com a fluidez necessária. 

 

Venâncio Mondlane, que lidera a lista da Renamo, propõe-se a resgatar a Cidade de Maputo do sequestro em que se encontra, começando pela redução do número de Vereações (que são 10, neste momento, sem incluir as dos Distritos Municipais), Direcções Municipais (21) e de Áreas de Assessoria (10), que fazem com que a edilidade tenha uma estrutura pesada.

 

Mondlane defende que a actual estrutura não é funcional, na medida em que existem, neste momento, 750 cargos de direcção e chefia no Conselho Municipal da Cidade de Maputo para um universo de quase 3.500 a 4.000 trabalhadores. Entende que, com a reforma, é possível reduzir os gastos com o pessoal em 30%, valor que pode ser aplicado, por exemplo, na construção de três mercados grossistas, que projecta erguer caso seja eleito.

 

A Nova Democracia, liderada por Eunice Andrade, ex-apresentadora de televisão, aponta o encerramento da Lixeira de Hulene como sua prioridade, para aliviar o sofrimento dos munícipes que residem nas proximidades do maior depósito de resíduos sólidos do país. Elege também a resolução dos problemas de transporte urbano, com destaque para a eliminação dos famosos “my love”.

 

Por sua vez, Armindo Chembane, cabeça-de-lista da Associação dos Trabalhadores Informais de Moçambique (ASTIMO), coloca a economia informal no centro das atenções, organizando, correctamente, um dos principais pulmões da economia da capital do país. Defende que o comércio informal não é resolvido com cães e agentes da Polícia Municipal ou da Unidade de Intervenção Rápida, mas estudando o fenómeno.

 

Chembane entende que o comércio informal é o viveiro da economia moçambicana e que o país está atrasando na sua organização e/ou transição para o formal, ao recorrer a métodos errados para combatê-lo. “Nós somos geradores de emprego, o que queremos é apenas um incentivo, através, por exemplo, de créditos bonificados”.

 

Este é o resumo do primeiro debate televisivo que colocou frente-a-frente os cabeças-de-lista da Cidade de Maputo, marcado pela ausência do candidato da Frelimo, Razaque Manhique. (Carta)

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