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terça-feira, 12 setembro 2023 06:48

Maputo continua “el dorado” dos moçambicanos

Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre Migração e Urbanização no país revela que a província e cidade de Maputo continuam no topo das preferências dos moçambicanos, quando o assunto é migrar entre as províncias do país. O Relatório defende que a província de Maputo concentra 30,3% do volume dos imigrantes inter-provinciais, seguida pela Cidade de Maputo, com 18,9% e pela província de Sofala com 12%. As três províncias, sublinhe-se, já constituíam o “el dorado” dos moçambicanos, em 2007, quando concentravam 29,3%, 22,2% e 11,1%, respectivamente, do volume total de imigrantes.

 

Segundo o INE, 34,7% dos imigrantes que se encontram na província de Maputo são provenientes da província de Inhambane, seguidos dos provenientes da província de Gaza (28,4%) e da Cidade de Maputo (15,3%). Já na capital do país, grande parte dos imigrantes é oriunda da província de Gaza (28,9%), seguida pelos provenientes da província de Inhambane (26,1%) e Maputo (17,8%).

 

Os dados publicados há dias pela autoridade estatística do país revelam uma troca de posições entre as três províncias do sul do país, em termos de migração dos cidadãos. Em 2007, 37,2% dos imigrantes que se encontravam na província de Maputo eram provenientes da capital do país, seguidos pelos oriundos da província de Inhambane (26,8%) e Gaza (25%). Porém, na cidade de Maputo, o padrão continua o mesmo: em 2007, grande parte dos imigrantes era proveniente da província de Gaza (34,1%), seguida por Inhambane (29,1%) e província de Maputo (15,6%).

 

Denominada “Migração e Urbanização em Moçambique”, a pesquisa baseia-se nos dados dos Censos de 1997, 2007 e 2017 e toma como variáveis: lugar de nascimento; tempo de residência na área de enumeração (no censo de 2017); nacionalidade; residência actual; residência há um ano antes do censo; e residência há cinco anos antes do censo.

 

O Relatório indica que, em 2017, o volume acumulado dos migrantes inter-provinciais aumentou para 1.578.241 indivíduos, contra o total acumulado de 1.542.855, registado em 2007, o que representa um incremento de apenas 2,3%.

 

Se as províncias de Maputo, Cidade de Maputo e Sofala registam maior volume de imigrantes, as de Inhambane, Zambézia e Gaza assinalam maior número de emigrantes (saídas). Aquando da realização do Censo Geral da População e Habitação, em 2017, Inhambane registava um volume acumulado de emigrantes de 18,5%, seguida das províncias da Zambézia, com 18,3%, e Gaza com 15,1%.

 

Aliás, a pesquisa revela que o saldo migratório (diferença entre os que entraram e os que saíram em cada província) continua extremamente negativo nas províncias da Zambézia, Inhambane e Gaza, quando comparado com o de 2007. Na Zambézia, o saldo migratório revela a perda de mais de 200 mil habitantes; em Inhambane, o volume de perda subiu para mais de 240 mil habitantes; e, em Gaza, o volume de perda manteve-se em mais de 180 mil habitantes. Em 2007, as maiores perdas tiveram lugar nas províncias de Inhambane (mais de 200 mil habitantes), Gaza (mais de 180 mil) e Zambézia (mais de 140 mil).

 

“O perfil sócio-demográfico dos migrantes inter-provinciais indica que, do ponto de vista da composição sexual, há um certo desequilíbrio entre homens e mulheres nos volumes de migrantes internos de cada província, nos quinquénios 2002-2007 e 2012-2017. As províncias das regiões centro e norte de Moçambique apresentam o padrão de predominância de homens nas correntes migratórias, exceptuando-se a província de Manica. As províncias da região sul indicam um padrão oposto, no qual são as mulheres a predominarem nos volumes de imigração, numa proporção um pouco acima de 50%, sendo 55% em Inhambane”, detalha o Relatório.

 

Em termos de idades, o documento explica que, em todas as províncias do país, grande parte dos migrantes têm idades compreendidas entre 5 e 29 anos, correspondendo, em média, a 74% do volume total dos migrantes internos. Igualmente, a nacionalidade moçambicana constituía mais de 90% do volume de imigrantes internacionais em todas as províncias.

 

“Entre migrantes homens predomina o estado civil de solteiro, principalmente nas províncias da região sul, onde a proporção de imigrantes solteiros chega a atingir 60% na Cidade de Maputo e cerca de 60% em Inhambane. Entre migrantes do sexo feminino predomina o estado civil de união marital”, defende o INE, salientando que grande parte dos migrantes tem nível primário de escolaridade. (A. Maolela)

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