O presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) chamou a atenção, em Luanda, para a recorrente preocupação coletiva sobre as contribuições anuais dos Estados-membros, para se executar todas as iniciativas da organização.
O Presidente angolano, João Lourenço, que é o presidente em exercício, até agosto de 2024, da SADC, destacou a necessidade da contribuição financeira “para a organização conseguir levar em diante todas as iniciativas”, visando o crescimento da comunidade.
“Reconhecemos que hoje estamos bem melhor que antes quanto ao cumprimento dos prazos em termos de contribuições, mas estou convencido que ainda não atingimos a excelência que pretendemos”, referiu.
Segundo João Lourenço, existe a necessidade “cada vez mais premente” de continuar a trabalhar ao nível da organização e com as contribuições possíveis dos seus parceiros de cooperação internacional, para se munirem dos meios e ferramentas necessárias à concretização dos compromissos prioritários no Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional.
“Assume uma importância capital a captação de fundos para o apoio ao desenvolvimento social e do capital humano e para o reforço dos sistemas de ensino e formação técnico-profissional, bem como para a criação e modernização de infraestruturas essenciais à integração regional”, realçou.
Em conferência de imprensa, João Lourenço disse que “a cimeira decorreu bem” e as duas maiores preocupações da SADC são a aposta no capital humano, “na juventude, na mulher, no homem no sentido mais lato”, para assegurar o empenho nos próximos anos com bastante seriedade da industrialização da região e do continente.
“Para isso comprometemo-nos em mobilizar recursos para investir nas infraestruturas, estradas, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos, mas sobretudo investir em dois bens essenciais que são condição fundamental para que se possa falar em industrialização, que são a maior oferta de água e de energia”, salientou João Lourenço.
O presidente em exercício da SADC enunciou que como maior legado deste mandato, o terceiro que Angola assume, “é procurar cumprir com as decisões que foram tomadas de forma coletiva” e “tudo fazer para em conjunto com os outros chefes de Estado” cumprir, na medida do possível, as principais decisões tomadas na cimeira de Luanda.
Particularmente no domínio do desenvolvimento económico e social da região e a defesa e segurança regional, “que pode ser considerada estável”, salvo as situações do leste da República Democrática do Congo (RDCongo) e de Cabo Delgado, em Moçambique, apontou.
A liderança política da SADC por Angola deverá ser marcada por dois focos de tensões, designadamente o conflito no leste da vizinha RDCongo e os atos de terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique, onde a SADC tem uma força (SAMIM - Missão Militar da África Austral) para combater o fundamentalismo islâmico.
A SADC é um bloco económico formado pelos lusófonos Angola e Moçambique, além da África do Sul, Botsuana, República Democrática do Congo, Comores, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Namíbia, Essuatíni, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.
A 43.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo decorreu sob o lema “Capital Humano e Financeiro: Os principais Fatores para a Industrialização Sustentável da Região da SADC”.(Lusa)