Tudo indica que ruiu o sonho do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) de entrar em uma coligação eleitoral com a Renamo para as VI Eleições Autárquicas, a terem lugar no próximo dia 11 de Outubro.
Neste fim-de-semana, a Renamo elegeu e apresentou, publicamente, os seus cabeças-de-lista para as próximas eleições autárquicas nas 65 autarquias do país, para o espanto do MDM, que ansiava por uma coligação eleitoral com o maior partido da oposição, segundo a Mandatária Nacional do “galo”, Sílvia Cheia.
“Até ao momento, nós ainda não divulgamos os cabeças-de-lista. Era mesmo para esperar, para dar espaço para que houvesse esta possibilidade de haver coligação. Mas, tendo em conta o calendário eleitoral, temos de avançar e temos de concorrer como sempre fizemos”, disse Cheia aos jornalistas, depois do MDM ter-se inscrito ontem na Comissão Nacional de Eleições, com vista a sua participação no escrutínio.
Segundo Sílvia Cheia, as bases do partido estão, neste momento, a trabalhar e, num breve trecho, serão anunciados os cabeças-de-lista do partido para as próximas eleições, porém, sem avançar as datas exactas em que o partido liderado por Lutero Simango divulgará os nomes dos seus candidatos.
Refira-se que a coligação Renamo-MDM é um projecto em debate desde fim do ano passado, mas que nunca teve desenvolvimentos significativos. Em entrevista à DW, em Março último, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, defendeu que a coligação Renamo-MDM era uma iniciativa de Ossufo Momade por entender que “juntos poderemos ter melhores resultados”.
Já o MDM sempre manifestou a sua disponibilidade em fazer uma coligação com a Renamo, porém, fontes da “Carta” revelam que a intenção nunca foi formalizada.
No entanto, sabe-se que alguns membros ortodoxos da Renamo olham para o MDM como um partido de traidores, visto que foi fundado por membros dissidentes da Renamo, com destaque para o falecido Presidente do partido, Daviz Simango, que foi eleito Edil da Beira, em 2003, pela lista da “perdiz”. (Carta)